ABRAVA, Ashrae Brasil, MMA, UNIDO e outras entidades locais e estrangeiras – todas elas sensíveis às questões ambientais que hoje afligem o planeta -, não deixaram por menos.
Por meio de diferentes eventos, presenciais e on-line, novamente marcaram o 25 de junho como um momento especial de análise e reflexão sobre o papel do AVAC-R nisso tudo.
A Associação Brasileira da Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento promoveu o V Seminário de Refrigeração Comercial e Industrial, abordando “Eficiência Energética e os Desafios da Refrigeração”.
Dentre os participantes esteve o engenheiro Ederson Moreira, da Copeland, para quem um sistema mais econômico nem sempre demanda grandes investimentos. “Às vezes, uma pequena mudança de arquitetura permite utilizar 10 vezes menos fluido refrigerante”, exemplificou.
Já na apresentação do professor Anderson de Oliveira ficou evidente como a evolução de certos componentes impacta na eficiência energética. No caso de sua empresa, a Sanhua, ele destacou as válvulas de expansão eletrônica de pulso e de passo.
No campo dos fluidos refrigerantes coube ao especialista Lucas Fugita, da Chemours, mostrar como as novas substâncias de baixo GWP atuam direta e indiretamente na questão ambiental.
Diretamente, ao reduzir as emissões de fluidos refrigerantes para a atmosfera e, de forma indireta, diminuindo o consumo de energia elétrica nas instalações de frio que, gradualmente, deixarão de operar com HFCs.
Para se ter uma ideia, esses hidrofluorcarbonos terão seu consumo, nos países em desenvolvimento como o nosso, reduzido em 80% até 2.045, segundo a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.
Contudo, já existem no mercado soluções para substituição dos HFCs como é o caso das hidrofluorolefinas (HFOs) que não degradam a camada de ozônio e possuem baixo potencial de aquecimento global (GWP).
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“Não existe apenas uma solução, há alternativas de fluidos refrigerantes de diferentes características que melhor se adequarão para cada aplicação”, disse Lucas, aludindo à destinação de cada sistema, às diferentes leis locais e à rigorosa observância de boas práticas em sua utilização.
Ele inclui nesse quesito desde os dispositivos de segurança agregados aos sistemas até o preparo adequado de mão de obra, assim como o ferramental utilizado por esses profissionais nas atividades de instalação e manutenção.
Transição
No dia 26, Fugita retomou o assunto no Workshop On-Line “Segurança dos Equipamentos de Refrigeração Comercial com Fluidos Refrigerantes de Baixo GWP”, promovido pelo PBH – Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs.
Executado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o PBH conta ainda com empresas aqui estabelecidas e agências incrementadoras internacionais.
Paralelamente ao aspecto segurança, que norteou os trabalhos do encontro, alguns dos principais atores do Programa fizeram um balanço daquilo que já foi realizado e adiantaram pontos da terceira etapa, que já se aproxima.
Representante da ABRAVA no evento, Lucas defendeu o estabelecimento de um plano de transição para que todas as esferas do mercado se adaptem adequadamente aos novos tempos.
Os fabricantes, por exemplo, terão de adaptar infraestrutura, ferramentas e operação; desenvolver novos equipamentos para fluidos refrigerantes de baixo GWP e capacitar técnicos internos e externos para instalá-los e mantê-los.
Já aos clientes finais, o especialista da Chemours frisou que cabe realizar inventário e plano de transição; análise do custo total de propriedade e soma das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa), assim como manter seus técnicos tão bem preparados quanto os que atuam na indústria de equipamentos para o AVAC-R.