Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram um crescimento de 44% na adesão à energia solar no Brasil, no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período de 2020. Foram registrados 142,2 mil novos consumidores, entre janeiro e junho últimos.
Na esteira dessa expansão, empresas que fornecem sistemas de painéis fotovoltaicos registram aumento na quantidade e no tamanho dos projetos demandados e, por tabela, contabilizam incremento no faturamento.
É o caso da Entec Solar. Com sede em Curitiba (PR), a empresa possui mais de 800 obras realizadas em várias regiões do país.
Segundo a CEO da companhia, Fernanda da Silva Pereira, o faturamento nos primeiros seis meses deste ano subiu 370%, em comparação com igual período do exercício anterior.
A executiva salienta que a situação é reflexo do acréscimo no número de projetos, os quais, em média, são de maior porte que os encomendados no primeiro semestre de 2020.
“De janeiro a junho deste ano, tivemos 281 novos projetos, enquanto, nesse mesmo período, em 2020, foram 116. Ou seja, 242% mais. E esses novos projetos somaram porte de 2,6 mil quilowatts-pico (kWp), ante 798 kWp dos projetos do primeiro semestre de 2020, um salto de 326%”, revela.
Para Fernanda, há um fator conjuntural que fomenta a busca por energia solar: a estiagem no Centro-sul do Brasil, que fez baixar o nível dos reservatórios, pôs a geração de hidreletrecidade em alerta e aumentou os custos, sentidos pela população na conta de luz. Contudo, não é só este motivo que explica a maior demanda por sistemas fotovoltaicos.
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A gestora da Entec Solar identifica, entre consumidores de vários portes, uma maior compreensão das vantagens em curto, médio e longo prazo, ao se investir em geração de energia solar.
Além da relação custo-benefício do ponto de vista financeiro (em três anos tem-se o retorno do investimento), entende-se cada vez mais a importância de se investir em uma matriz sem impactos ambientais, de fonte renovável, disponível e que não esteja sujeita a oscilações das condições climáticas.
É, ainda, uma geração cujos investimentos demandam postos de trabalho e fomentam o desenvolvimento tecnológico, sublinha Fernanda.
A CEO da Entec Solar, que também é sócia da empresa, reitera que os sistemas fotovoltaicos são aplicáveis tanto a residências urbanas como rurais e, ainda, a estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços.
“O excesso de eletricidade gerado quando tem muito sol volta para a rede da distribuidora. Para a coletividade, é a maior energia disponível. Para o consumidor, esse excesso é transformado em ‘crédito de energia’”, explica a gestora.