A sucessão de incêndios que continuamente começam em sistemas de ar-condicionado – inclusive por fiações mal dimensionadas – por todo Brasil tem raiz na falta de uma cultura de manutenção preventiva, segundo a qual antecipa-se à possibilidade de incidentes.
Exemplos de incidentes não faltam, tanto em tamanho quando em gravidade. Em um dos mais recentes episódios, um incêndio atingiu o Hospital Luz, na Vila Mariana, em São Paulo, no último dia 6 de setembro. Começou no andar térreo da unidade materno-infantil, a partir da fiação de um ar-condicionado. Não houve feridos.
Outra bomba relógio prestes a detonar, o Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, funciona sem um plano de combate a incêndios há oito anos. Em abril deste ano, por exemplo, houve um princípio de incêndio por causa de um curto-circuito em um ar-condicionado, sem o aparecimento de chamas.
Em 2018, o Museu Nacional, em São Cristóvão (RJ), virou cinzas, perdendo 90% de seu acervo. No ano passado, a Polícia Federal finalizou as investigações apontando que o fogo começou por um curto-circuito causado pelo superaquecimento em um aparelho de ar-condicionado, que não passou por manutenção adequada.
“No Brasil, convivemos com a cultura da manutenção corretiva não programada, em que espera-se acontecer o problema para depois tentar consertar. O prejuízo acaba sendo maior do que investir para realizar a manutenção preventiva, mas essa realidade não é entendida pela maioria dos empresários”, adverte o ex-professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), engenheiro Adriano Pascoal.
Especialista em gestão energética, ele é autor do livro Gestão da energia elétrica em sistemas de baixa tensão (PoD Editora, 268 páginas, 15 x 21 cm, R$ 99,00), escrito durante o isolamento imposto pela pandemia de covid-19, tempo que utilizou para organizar ideias e o vasto material produzido nos últimos tempos.
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“O livro pretende auxiliar diretores de indústrias e empresas, administradores de hospitais e síndicos de condomínios empresariais e residenciais a economizar recursos com as contas de energia elétrica a partir da adoção de processos eficientes”, explica o engenheiro, no momento em que o país vive uma de suas piores crises hídricas e energéticas.
Segundo o autor, o livro traz importante contribuição para o trabalho dos profissionais do HVAC-R, que podem complementar conhecimentos acerca do assunto, tão importante no cotidiano desses profissionais, afinal atuam com equipamentos de ar-condicionado e refrigeração.
Dividida em 12 capítulos, a obra aborda teoria básica da eletricidade; equipamentos de medição; equipamentos do sistema elétrico de baixa tensão; iluminação; motores elétricos; sistemas de climatização; faturamento da energia elétrica; gestão da manutenção para a gestão energética; energia solar fotovoltaica; arquitetura, conforto ambiental e eficiência energética; automação; diagnóstico energético.
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