Está cabendo a um refrigerista capixaba, que além da formação técnica em mais de uma área também é engenheiro mecânico, comandar essa delicada tarefa, que alguns poderiam definir como consertar um avião com o aparelho em pleno voo.
Credenciais para isso Macson Ferraz e sua MF Soluções Térmicas acumularam de sobra, nestes 25 anos atuando em grandes projetos do gênero como foi, no ano passado, a ampliação de outra gigante da área, a nordestina Qbombom.
O cliente desta vez é a Sorvetes Sorveart, segunda maior de Goiás em sua especialidade, e que atende todas as regiões daquele estado a partir de Trindade, na Grande Goiânia, mas em novo endereço nos próximos meses.
“A finalidade é dobrar a capacidade de produção para 30 toneladas/dia, uma vez concluídas as obras que nossa equipe está realizando na nova planta”, explica Macson, lembrando ainda o maior espaço a ser ocupado pelos maquinários e colaboradores da empresa.
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No campo da refrigeração, essa tarefa envolve todos os equipamentos necessários às diversas etapas – da pasteurização dos sorvetes à produção de picolés – assim como do projeto à construção das câmaras frigoríficas para armazená-los, até seguirem em caminhões refrigerados para o varejo.
Tudo isso no quarteirão inteiro a ser totalmente ocupado em breve pela Sorveart, em cerca de mil metros quadrados, que aos poucos vão receber todo o maquinário existente na unidade atual a ser desativada, a cerca de 2 quilômetros dali.
O primeiro passo rumo a essa meta ambiciosa foi o dimensionamento da carga térmica das câmaras frigoríficas encarregadas de armazenar os sorvetes, bem como os picolés extrusados e também os convencionais que ali serão produzidos. Cada câmara tem 9 metros de largura e pé direito de 4,5 metros.
Faz igualmente parte da obra a montagem e modernização de duas produtoras industriais de picolé, capazes de processar 4,5 mil toneladas/hora cada uma, bem como 3 circuitos de 7.200 Kcal/h por câmara.
Já as unidades condensadoras serão de 8.000 Kcal/h, equipadas com compressores semi herméticos, válvulas de expansão eletrônicas – para proporcionar mais eficiência energética e maior capacidade de produção – e evaporadoras de alta vazão, com degelo à gás quente.
Quanto ao fluido refrigerante aplicado, ele acompanha o avanço demonstrado pelos seus componentes, escolhidos todos a dedo. Por isso, o R-404A, utilizado na fábrica atual, está sendo substituído pelo Freon™ R-507.
Além de não apresentar potencial de degradação da camada de ozônio e ser atóxico, este HFC (hidrofluorcarbono) possui uma menor temperatura de descarga, o que pode prolongar a vida útil do compressor.
Por fim, caberá à equipe da MF montar toda a automação da planta de pasteurização do leite, etapa fundamental da produção sorveteira.
Todo esse trabalho começou em junho último e sua conclusão está prevista para março de 2025, uma vez que tudo está sendo feito em etapas para não impactar o trabalho da fábrica atual, que será desativada aos poucos, à medida que a nova ficar pronta.
Além da forma simultânea e gradativa como a desativação de uma fábrica está correspondendo à ativação da outra, há outros diferenciais nesta obra, em virtude do próprio perfil do cliente.
“Eles trabalham com leite in natura, vindo diretamente de uma fazenda, ao invés de leite em pó, como faz a maioria, o que requer cuidados adicionais no campo da refrigeração”, exemplifica o refrigerista e empresário.