Quem participa de grupos especializados em refrigeração e ar condicionado nas redes sociais já deve ter notado o número crescente de postagens contendo relatos de explosões de latas de R-410A nas últimas semanas.
Esses acidentes têm ocorrido de maneira generalizada nos veículos de serviços dos técnicos, evidenciando a falta de atenção de alguns profissionais em relação à sua segurança.
Além disso, embalagens inadequadas podem estar sendo utilizadas no envase de fluidos refrigerantes com maior pressão de trabalho.
“Nossa recomendação é nunca armazenar qualquer tipo de embalagem — sejam elas botijas (DACs), latas ou pequenos cilindros — dentro de veículos ou outros lugares abafados”, ressalta o gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da Chemours na América Latina, Arthur Ngai.
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Segundo o engenheiro, o aumento da temperatura eleva a pressão dos fluidos refrigerantes e a embalagem pode não suportar esse aumento de pressão, situação que pode resultar em graves acidentes.
“As explosões que temos visto com frequência mostram como é perigoso deixar esses produtos químicos em veículos expostos ao sol ou mesmos próximos a qualquer outra fonte de calor”, diz.
Algumas embalagens disponíveis no mercado são mais seguras que outras, pois possuem dispositivos de segurança, como válvula de alívio ou o chamado disco de ruptura — mecanismos que reduzem a pressão interna caso ela aumente excessivamente, o que minimiza o risco de explosões.
“É importante que os técnicos sempre observem também essas características quando compram o fluido refrigerante, pois não são todas as marcas que oferecem esses dispositivos”, aconselha Ngai.
Explosão em SP
Foi justamente um cilindro sem dispositivo de segurança que explodiu no veículo do técnico André Stéfano Auricchio, no início do mês, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O profissional, que trabalha há mais de 15 anos no ramo de instalação e manutenção de sistemas de refrigeração comercial e ar condicionado, avalia que a “embalagem fina” do produto e o fato de ter deixado seu carro estacionado sob sol forte contribuíram para o acidente, que, felizmente, não feriu ninguém.
“Geralmente, tiro as garrafas do carro, mas, naquele dia, cheguei ao cliente e acabei esquecendo de fazer isso, por conta da necessidade de verificar vários equipamentos com urgência lá”, revela.
“Foi a primeira vez que um acidente desse tipo aconteceu comigo. Espero que isso nunca mais ocorra”, acrescenta.
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