Em franco crescimento no Brasil – mesmo durante o período mais grave da pandemia –, a indústria e o varejo de câmaras frias para produtos resfriados e congelados têm grandes expectativas para este ano e 2023, de acordo com projeções relativas à fabricação e às vendas desses equipamentos.
Por conta deste cenário positivo e da perspectiva de mais investimentos na área, a escolha da câmara fria ideal precisa levar em consideração uma série de características, a começar pelo tipo de demanda a ser atendida.
“Conhecer os detalhes de cada tipo de câmara fria disponível no mercado e, principalmente, entender como sua funcionalidade vai impactar nas operações da empresa, seja um açougue de bairro, um supermercado médio ou mesmo um grande atacadista, é essencial para evitar equívocos na hora de adquirir um equipamento”, afirma o engenheiro Edson Girelli, da paranaense Girelli Refrigeração.
Fundada em 1986 e estabelecida no número 2.185 da rua Professor Ulisses Vieira, em Curitiba, a empresa é referência em peças e equipamentos para refrigeração, climatização e linha branca. Tem, inclusive, sua própria marca – a Isocold – de câmaras frias de congelamento e resfriamento para alimentos, medicamentos, cervejas, carnes, entre outros produtos.
Segundo Girelli, como atualmente o mercado dispõe de uma enorme variedade de modelos para aquisição, nem sempre é fácil escolher o equipamento certo para garantir a melhor opção entre custo e benefício de acordo com as operações da empresa.
Para que a seleção do equipamento certo ocorra, o gestor responsável pela compra deve saber até as especificidades de cada componente, como painéis e isolações, isolamentos de piso, modelos de porta, eficiência energética, tipo de utilização (resfriamento ou congelamento) e projeto.
Existe uma ampla faixa de funcionamento de câmeras frias para congelados, sendo comuns as que operam a -10 °C, -18 °C e até a -25 °C, utilizadas, respectivamente, para a conservação de gelo, de carnes e de sorvetes. Já as câmaras frias para resfriados operam a temperaturas de 8 °C, 4 °C e 0 °C, e são voltadas para a conservação de verduras, de laticínios e de carnes, concomitantemente nesta ordem.
- Indústria comemora aprovação da Emenda de Kigali no Senado
- Empresa brasileira é finalista do Clima Latino 2022
- Tubo flexível dispensa cobre e reduz tempo de instalação de split
Para estabelecimentos que precisam resfriar ou congelar produtos que estejam em temperatura ambiente ou até mais quente devido ao procedimento anterior de industrialização, se faz necessária uma câmara de processo, a exemplo das usadas no resfriamento de bebidas, baixando da temperatura ambiente até a ideal para consumo.
“Uma câmara fria subutilizada pode ser tornar uma grande dor de cabeça para a gestão do negócio. O ideal é ter modularidade com vários equipamentos do que apenas uma grande câmara fria”, argumenta Girelli, lembrando que, para começar, é obrigatório o registro de um projeto no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea)
Existem duas formas de se fazer corretamente este caminho. Para pequenas câmaras, o projeto é fornecido juntamente com a compra da câmara frigorífica. No caso de câmaras maiores, sugere-se a aquisição do projeto antes de se fechar o negócio com o fornecedor, de modo que possa ter acesso a mais de um orçamento.
Características
Os tipos corretos de painéis e isolações para uma câmara fria devem, evidentemente, constar do projeto. Os painéis cumprem a função de parede, teto e, em casos específicos, de piso. Esse componente é necessariamente composto por duas chapas de aço, separadas por um elemento isolante. A espessura dessa isolação determinará a temperatura possível de operação dentro da câmara.
Quanto maior a câmara fria, mais importante se torna a espessura do aço. O metal deve ser tratado contra corrosão, sendo que o mais usual são chapas de aço galvalume pré-pintado de branco.
A isolação pode ser de isopor (EPS) ou poliuretano (PUR). O engenheiro recomenda optar pelo PUR, que tem vida útil mais longa, pois, com o passar dos anos, suas células absorvem menos água do que o EPS.
“Algumas seguradoras podem exigir o uso do poliisocianurato (PIR), em vez do PUR ou do EPS. O PIR é uma variação do PUR e destaca-se pela grande resistência à chama e à temperatura de até 100 °C, além de minimizar a propagação de fumaça, em caso de incêndio”, explica.
Outro importante fator para um projeto bem-sucedido está no correto isolamento do piso. Se a temperatura interna da câmara fria for inferior a 10 °C, o processo se faz necessário. Para temperaturas superiores e no caso de o piso ser acima do solo, a isolação é desnecessária.
“Em caso de não isolação do piso, para uso em temperaturas positivas, inevitavelmente isso levará a um maior gasto de energia elétrica, pois todo piso deverá estar em equilíbrio térmico com a câmara fria. Em temperaturas negativas, consequentemente o piso irá adquirir rachaduras, ao ponto inviabilizar o uso da câmara fria”, diz.
Outros componentes fundamentais de uma câmara fria, as portas mais usadas são as giratórias e as de correr. Para portas pequenas, as giratórias são as mais econômicas e de manutenção simplificada.
O projeto deve também levar em consideração o vão luz da porta – espaço livre para passagem. Dependendo do tipo de câmara, esse componente pode ser para acesso de apenas uma pessoa ou para a passagem de uma paleteira ou empilhadeira.
“O ideal é o uso de cortinas de PVC em tiras ou cortina de ar na passagem da porta, pois irão minimizar a elevada transferência de calor por infiltração quando a porta for aberta”, complementa Girelli, reforçando que o segmento de câmaras frias continuará a evoluir nos próximos anos, com o intuito de atender toda a sorte de clientes.
Comments 1