Desde o início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, a cotação da tonelada do cobre subiu 10% na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês).
No início da manhã de ontem (7/3), a commodity atingiu o preço histórico de US$ 10.845 (R$ 55 mil), antes de retornar a US$ 10.777 (R$ 54,6 mil) no fim das negociações.
Na visão de especialistas, a escalada do preço do cobre é um fato muito significativo se levarmos em conta que a Rússia exporta apenas cerca de 3,3% dessa matéria-prima para todo o mundo.
“O mercado de metais (em geral) está em pânico em termos de oferta, e isso fará com que os preços permaneçam subindo enquanto a guerra continua”, disse Gianclaudio Torlizzi, sócio da consultoria T-Commodity, ao site da revista espanhola Climatización y Confort.
“A guerra entre a Rússia e a Ucrânia só atiçou as chamas dos já tensos mercados de metais básicos”, acrescentou o analista Wenyu Yao, do ING.
Soma-se a essa tendência de alta dos preços um problema que acompanha o cobre há muito tempo: as reservas mundiais historicamente baixas, que, nesse contexto, estão se reduzindo ainda mais.
Conforme publicado pela World Energy Trade, os estoques de cobre são atualmente os mais baixos desde 2005, atingindo um total de 69.825 toneladas.
Leia também
- Ucrânia pede ajuda da indústria de refrigeração europeia
- Bombardeio atinge armazém da Danfoss em Kiev
- Invasão da Ucrânia pode triplicar preço do contêiner, diz especialista
A queda dos estoques nos armazéns registrados na LME é uma realidade, pois “há muito medo de uma nova interrupção na cadeia de fornecimento”, esclarecem os especialistas.
Na semana passada, o presidente da Sociedade Nacional de Mineração do Chile (Sonami), Diego Hernández, confirmou que o país sul-americano – responsável por um quarto das exportações de cobre para o mundo – registrou sua menor taxa de produção em janeiro desde janeiro de 2011.
Especificamente, Hernández falou de uma queda de 7,5% em relação ao mesmo mês do ano passado (por falta de água e outros motivos que ele descreveu como “temporários”).
Para ele, “este ano, a produção deve ser a mesma do ano passado ou talvez um pouco menor”.
Matérias-primas essenciais
Outro metal não ferroso muito presente na indústria de refrigeração e ar condicionado, o alumínio também registrou cotação histórica ontem no mercado londrino.
Às 8h (horário de Londres), a tonelada da commodity para entrega em três meses era negociada a US$ 4.073,50 (R$ 20,6 mil).
Já o níquel – ingrediente essencial para a fabricação do aço, matéria-prima também imprescindível para a cadeia produtiva do frio – não bateu o recorde atingido em 2007, mas registrou aumento de 25%, com a tonelada sendo negociada a US$ 36.800 (R$ 186 mil).