A indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) celebra neste domingo (26) o dia mundial do setor, oficializado em 2019 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A ideia da efeméride global é destacar a importância do segmento, conscientizando o público em geral sobre os benefícios da adoção de soluções inovadoras e sustentáveis, entre as quais sistemas mais eficientes e fluidos refrigerantes de baixo impacto climático.
O tema do Dia Mundial da Refrigeração deste ano é ‘Cooling Matters’ (Refrigeração Importa, em tradução literal). O propósito do slogan é enfatizar a essencialidade das empresas e dos profissionais do HVAC-R em uma ampla variedade de segmentos, como cadeia do frio, data centers, ar condicionado e processos industriais.
Nos últimos tempos, “testemunhamos a importância da refrigeração para ajudar a mitigar uma pandemia, mantendo as vacinas refrigeradas e sua eficácia alta, entre outros usos [das tecnologias do segmento] para a saúde, o conforto e o bem-estar da humanidade”, lembra Mick Schwedler, presidente da Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae, na sigla em inglês).
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O data também serve como uma plataforma para educar o público sobre questões de redução de emissões e maximização da eficiência energética nas instalações de refrigeração e ar condicionado, ao mostrar “como a refrigeração impacta a vida cotidiana e como as escolhas tecnológicas promovem o bem-estar ambiental das gerações futuras”, segundo o consultor britânico Stephen Gill, idealizador da efeméride celebrada no dia do aniversário do físico e matemático britânico Lord Kelvin, nascido em 1824.
Celebração no Brasil
Para marcar as comemorações do dia mundial do setor no País, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) promoveu o 3º Seminário de Refrigeração Comercial e Industrial, norteado pelo tema “Refrigeração Importa – Cooling Matters”. O encontro foi realizado na última quarta-feira (22), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“A realização desse evento nos motiva a seguirmos com a missão de disseminar conteúdos relevantes para o nosso setor. Nunca vivemos um momento tão importante na refrigeração, mudanças mundiais a respeito dos fluidos refrigerantes, novas tendências apresentadas pelas indústrias e o avanço da questão da Emenda de Kigali no Congresso, que são oportunidades para a boa engenharia. Seguiremos atuantes no desenvolvimento do setor com foco na eficiência energética e meio ambiente”, destacou o presidente do departamento de Refrigeração da Abrava, Renato Majarão.
Durante sua fala no encontro, o gerente do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), Marcel Siqueira, reforçou que matriz energética limpa e eficiência energética são cruciais para os países cumprirem suas metas climáticas.
Ele ainda salientou que, historicamente e de forma incorreta, o público leigo vê “a refrigeração como vilã do consumo energético, como se fosse possível dispensar seu uso, um conceito equivocado”, e também informou que o Procel tem se dedicado ao desenvolvimento de iniciativas focadas nos setores de refrigeração e climatização, convidando as empresas a conhecer tais projetos.
Para a gerente do departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp, Anícia Pio, a indústria é fundamental para a consolidação de uma economia de baixo carbono. “As mudanças climáticas são uma realidade presente em nosso dia a dia”, disse a especialista, que proferiu palestra sobre descarbonização, energias renováveis, ESG e economia circular.
“O texto do Pacto de Glasgow estabelece a necessidade de redução global das emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação ao volume emitido em 2010, e de neutralidade climática até 2050, quando as emissões antropogênicas deverão ser reduzidas ao máximo e as restantes deverão ser compensadas por reflorestamento ou captura de carbono na atmosfera”, lembrou.
Sobre o papel do setor na redução de emissões, o especialista em serviços térmicos, estratégia e desenvolvimento de negócios da Chemours, Lucas Fugita, lembrou que, com a iminente ratificação da Emenda de Kigali, o Brasil deverá congelar o consumo de hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) em 2024 e começar a reduzir gradualmente seu consumo a partir de 2029, até chegar a 80% de redução em 2045.
“A implementação de boas práticas e a escolha de um fluido refrigerante de baixo impacto climático são fundamentais para garantir não apenas o crescimento da economia, mas, principalmente, para a sustentabilidade no longo prazo”, ressaltou.