Em meio à crise que fez as vendas de sistemas de climatização caírem abruptamente nos últimos dois anos, o segmento de serviços de manutenção preventiva e corretiva tem encontrado motivos para não se abater diante dos efeitos do atual momento econômico do País.
De modo geral, os consumidores estão gastando menos. Em vez de arcar com os custos de um novo refrigerador ou condicionador de ar, os clientes optam por investir mais em conservação e reparo de seus equipamentos.
“A situação pela qual estamos passando tornou a manutenção uma prioridade para as pessoas e empresas, assim como ocorre nos mercados mais desenvolvidos do mundo”, avalia o empresário Kiko Egydio, diretor de operações da importadora K11.
Esse cenário tem aumentado as vendas do Tapa Fugas K11, um aditivo selante que elimina microvazamentos de fluidos frigoríficos, problema crônico que atinge o setor. “Esse produto está vendendo muito bem em nossa loja”, ressalta Eduardo Silva, diretor-geral da Polipartes.
Recente análise do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) confirma que os profissionais das áreas de manutenção foram os menos impactados pelas demissões no setor industrial.
Os mecânicos de manutenção de aparelhos de refrigeração, inclusive, têm visto as vagas de trabalho aumentarem para a sua função.
A tendência é acompanhada também em outras áreas, como a de instaladores e reparadores de linhas e equipamentos de telecomunicações e técnicos de manutenção de máquinas em geral.
“Em momentos como o atual de baixo investimento e retração da produção, esses profissionais têm papel crucial no funcionamento do parque fabril”, explica o gerente de pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Márcio Guerra.
Retrofits seguem o embalo
A mesma lógica também tem levado à ampliação da procura por retrofits, conforme observa o engenheiro Alexandre Alberico, diretor da Cebetec Sistemas Planejados.
“Empreendedores de shopping centers, data centers, hospitais e indústria farmacêutica acabam procurando mais esse tipo de solução, o que contribui para uma pequena movimentação no segmento de engenharia térmica”, afirma.
Na sua avaliação, porém, as perspectivas são de que o mercado de novas instalações volte a crescer a partir deste ano. “Atualmente, com a mudança do cenário político, já se nota uma luz indicativa de reaquecimento na área de novos empreendimentos”, destaca o empresário.