Em dezembro, a Espanha será sede da COP25, conferência das Nações Unidas que reunirá 196 integrantes da ONU para definir parâmetros para lidar com as mudanças climáticas em todo o mundo, entre eles a descarbonização, ou seja, a redução das emissões de gases do efeito estufa — especialmente o dióxido de carbono (CO₂).
A eficiência energética é a maneira mais rápida e acessível de descarbonizar nossa economia e garantir energia confiável e sustentável para todos no planeta. Tanto que 44% das reduções de emissões de CO₂ necessárias devem provir da eficiência energética, enquanto 36% ocorrerão com a troca de energias renováveis, segundo dados do relatório Energy Efficiency, da International Energy Agency (IEA).
O ponto principal é que, sem a eficiência energética, o potencial de fontes renováveis de energia para uma transição energética sustentável é insuficiente para alcançarmos a meta de reduzir o aquecimento global. Portanto, faz muito sentido buscar soluções eficientes em termos de energia ao combater a atual emergência das mudanças climáticas.
As cidades ocupam apenas 3% do planeta, mas representam entre 60% e 80% do consumo de energia e 75% das emissões de CO₂ – e se expandem a um ritmo impressionante. A cada minuto, adicionamos 10 mil m² às nossas cidades. A cada cinco dias, construímos uma nova Paris. A cada ano, construímos o equivalente à área total do Japão. Para atender a essa demanda por infraestrutura e construção, enquanto cumprimos o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), precisamos trabalhar em nossas cidades.
As cidades oferecem oportunidades únicas para criar sistemas de energia eficientes e usar sinergias entre setores. É por isso que, para cumprir suas ambiciosas metas climáticas, elas precisam transformar seus sistemas de energia. E no centro dessa transformação está a integração de diferentes setores em um sistema de energia inteligente e eficiente. Isso acelera a necessidade de inovação em eficiência urbana e desenvolvimento de edifícios sustentáveis de baixo carbono e/ou neutros em carbono.
- Crise climática é mais grave do que pensamos, alertam cientistas
- Indústria norte-americana quer fim dos HFCs no mercado de refrigeração
- Danfoss qualifica válvulas solenoides EVR para sistemas com HFO
A boa notícia é que as tecnologias necessárias para acelerar a descarbonização e desenvolver cidades de baixo carbono já existem. E acompanhando rapidamente a adoção dessas soluções inovadoras e comprovadas nas cidades, podemos acelerar o desenvolvimento de baixo carbono e manter o caminho da neutralidade climática até 2050.
Até agora, cidades de todo o mundo mostraram que estão abrindo caminho para um futuro mais sustentável, assumindo compromissos ambiciosos, alinhados com os objetivos do Acordo de Paris. As redes de cidades, como a C40 Cities, estão fazendo um ótimo trabalho ao compartilhar as melhores práticas entre as cidades mais sustentáveis e à liderança em ações climáticas ambiciosas.
A produtividade energética é a chave para descarbonizar nossa economia e, na Danfoss, assumimos a liderança quando se trata de conversas sobre engenharia em ação. A Danfoss está comprometida em dobrar sua produtividade energética antes de 2030. Para atingir essa meta, foram implementadas medidas em nossas 27 maiores plantas – respondendo por 85% do consumo total de energia da Danfoss.
Até 2018, foi alcançada uma melhoria de produtividade energética de 73% desde 2007. Dentro de alguns anos, espera-se atingir 100%, o que significa que metade da energia irá gerar a mesma produção. Isso resulta de economias de energia em aquecimento, refrigeração, ventilação e iluminação e investimentos no valor de 24,1 milhões de euros no projeto global de economia de energia, resultando em uma economia anual de 8,6 milhões de euros na fatura de energia.
Acreditamos firmemente que o setor privado se fortalece quando unimos forças para oferecer soluções ambiciosas baseadas em know-how técnico, que não apenas solucionam um desafio, mas criam valor em escala local, regional e global. Assim, quanto mais equipamentos de última geração, eficientes em termos energéticos e com maior disponibilidade de energia estiverem disponibilizados nos mercados em que operamos, melhor servimos o clima. Em outras palavras, fornecer soluções para os desafios do mundo é realmente um bom negócio.
* Julio Molinari é presidente da Danfoss na América Latina, empresa participante do Climate Action Summit Team da ONU e integrante do Pacto Global da ONU