Em um mundo cada vez mais preocupado com as emissões de gases de efeito estufa e a eficiência energética, os sistemas de refrigeração com dióxido de carbono (R-744) têm se destacado como uma solução promissora.
No entanto, o gerenciamento de possíveis vazamentos neles representa um desafio significativo, principalmente em supermercados, onde a demanda por frio é constante e intensa.
Para entender melhor como prevenir e gerenciar vazamentos em máquinas com CO₂, conversamos com o professor Anderson Oliveira, da escola profissionalizante paulistana Intac Treinamentos.
Segundo Oliveira, o primeiro passo é reconhecer sua complexidade. “Diferentemente dos sistemas tradicionais com R-22 e R-404A, os equipamentos com R-744 operam sob pressões muito mais altas, o que exige cuidados especiais”, diz.
Um dos dados mais impactantes sobre o tema vem do programa GreenChill, da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), que aponta que supermercados típicos americanos apresentam uma taxa anual de vazamento de cerca de 25%, o que dá aproximadamente 3,5 mil libras (1.587 quilos) de refrigerante por loja.
Com a transição gradual dos hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e hidrofluorcarbonos (HFCs) para fluidos de baixo potencial de aquecimento global (GWP), os desafios se intensificam.
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“No caso do R-744, essa mudança traz consigo a necessidade de uma maior compreensão técnica e manutenção preventiva. Nesse sentido, todos os profissionais devem ter amplo conhecimento das normas regulamentadoras NR-10, NR-12, NR-13 e NR-26”, explica Oliveira.
“Caso haja vazamentos ou as válvulas de alívio não funcionem, há grande risco de asfixia na casa de máquinas. Ou seja, a equipe da manutenção deve ser altamente qualificada e passar por reciclagem constantemente, pois a durabilidade e o desempenho do sistema estão diretamente ligados à qualidade da mão de obra”, alerta.
De acordo com ele, a pressão em um sistema transcrítico com CO₂ pode chegar, por exemplo, a 1,4 mil psi com temperaturas acima de 40 °C. Essa alta pressão requer materiais resistentes, como aço inoxidável ou ligas especiais de cobre.
Por isso, o especialista enfatiza que “a manutenção preventiva e a escolha correta dos materiais são essenciais para evitar vazamentos. É importante verificar regularmente as mangueiras de alívio de pressão e assegurar que todas as conexões estejam devidamente apertadas”.
“Outra dica importante é o uso de vedação nas roscas”, orienta Oliveira. “Essas práticas simples, mas eficazes, podem fazer uma grande diferença na integridade do sistema”, acrescenta.
Embora o desafio seja grande, principalmente em termos de custo de projeto e manutenção, Oliveira segue otimista. Afinal, “em caso de vazamentos, fica bem mais barato repor o R-744 do que outros fluidos, como o R-404A ou R-410A”.
“Com a adoção de boas práticas de manutenção e o aprofundamento do conhecimento técnico, é possível minimizar significativamente os riscos associados aos sistemas de refrigeração com CO₂. Isso beneficia não apenas os supermercados, mas também o meio ambiente”, conclui.
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