O Ministério do Meio Ambiente da China baixou uma circular proibindo as emissões diretas do gás refrigerante R-23, um hidrofluorcarbono (HFC) de alto impacto climático resultante da fabricação do hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22.
As medidas de controle, publicadas em 15 de setembro, seguem as diretrizes da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, pacto ambiental ratificado pelo governo de Pequim neste ano.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), quando uma molécula de R-23 é lançada na atmosfera, ela produz efeito estufa equivalente ao de 14,8 mil moléculas de dióxido de carbono (CO₂).
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Segundo um funcionário do ministério chinês do Meio Ambiente, 19 fabricantes locais de R-22, fluido refrigerante nocivo à camada de ozônio amplamente produzido no país asiático, deverão instalar tecnologias de descarte de R-23 homologadas pelas partes do Protocolo de Montreal e enviar relatório anual de emissões para as Nações Unidas.
Além disso, as indústrias serão incentivadas a capturar e usar o R-23 como matéria-prima, a fim de evitar o lançamento indiscriminado desse gás de efeito estufa (GEE) superpotente na atmosfera.
Fluido ultracongelante
Conhecido como trifluormetano na indústria química, o HFC-23 também substitui os clorofluorcarbonos (CFCs) R-13 e R-503 em sistemas de refrigeração de temperatura ultrabaixa novos e antigos.
Ele pode ser usado em aplicações com temperaturas variando entre -70 °C e -40 °C, faixa geralmente requerida por ultrafreezers médicos, câmaras climáticas e liofilizadores.
Além de não destruir a camada de ozônio, suas propriedades termodinâmicas são muito semelhantes às do R-13.
Outra vantagem é que o R-23 também pode ser usado em aplicações nas quais a temperatura de descarga do compressor não seja um problema.
O R-23 também é um fluorquímico utilizado como agente supressor de fogo, substituindo o halon 1301 em extintores de incêndio.