A revelação é do gerente comercial de soluções térmicas e especializadas da Chemours nas Américas, Renato Cesquini, feita na esteira dos bons números globais da companhia, relativos ao terceiro trimestre deste ano: um avanço de 6% em relação a igual período de 2021, totalizando faturamento ao redor de US$ 1,8 bilhão.
No caso específico do segmento de fluidos refrigerantes da multinacional americana, o desempenho global foi proporcionalmente maior, pois o crescimento alcançou 31%, em função dos US$ 417 milhões faturados pela divisão, também entre julho e setembro últimos.
Durante a 61ª Noite do Pinguim, tradicional encontro de fim de ano do setor organizado pela Abrava, Cesquini não escondia sua igual satisfação por participar do evento promovido pela entidade na qual hoje ocupa o cargo de diretor ambiental. “É um orgulho fazer parte disso tudo”, afirmou ele, referindo-se à beleza da festa e ao seu poder de reunir o setor.
Uma oportunidade rara, sem dúvida, a exemplo de certos acontecimentos definidos por ele como fundamentais para que 2022 tenha sido um marco positivo e de grandes expectativas para os planos da Chemours envolvendo seus fluidos refrigerantes em solo brasileiro ao longo também do próximo ano.
“Estamos aproveitando muitas oportunidades de retrofit, com a nossa geração de fluidos refrigerantes da linha Opteon, em substituição ao R-22”, disse o executivo, destacando, nesse cenário, o segmento supermercadista, que afirma vir crescendo exponencialmente desde 2018, tendo como grande motor a regulamentação ambiental.
Um aceno importante de que tal caminho continuará a ser trilhado no Brasil, na visão do Cesquini, é a recente adesão do País à Emeda de Kigali, acordo internacional prevendo reduzir em mais de 80% os gases de efeito estufa usados em refrigeração e ar condicionado num período de 30 anos, ação que poderá evitar até 0,5 °C de aquecimento neste século.
“Nosso país se adequou ao que está acontecendo no mundo, e isso é muito gratificante”, ponderou o engenheiro.
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Aliás, ele lembrou que, já em 2023, “estaremos diante de mais uma redução no uso local do hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22”, cuja importação hoje apenas é permitida para atender a refrigeração comercial e o setor de distribuição, mas que pode ter uma queda expressiva de volume, cujo número final está sendo discutido com o governo.
Nitidamente otimista, Cesquini reforçou que a Chemours já disponibiliza no Brasil toda a linha de hidrofluorolefinas (HFOs) Opteon, composta por refrigerantes amplamente adotados na América do Norte e Europa.
“Esse processo também deve ocorrer no Brasil, uma vez que, a partir de 2024, teremos de congelar o consumo de hidrofluorcarbonos (HFCs) por aqui”, arrematou.
Noite do Pinguim
A festa de confraternização anual do AVAC-R brasileiro organizada pela Abrava reuniu, em 2 de dezembro, mais de 350 convidados na capital paulista. A Noite do Pinguim deste ano contou também com premiação de duas personalidades de destaque e lançamentos de vídeo institucional da entidade e do livro comemorativo sobre a trajetória da associação patronal.
“O propósito da festa não foi retratarmos os resultados deste último ano ou das ações desenvolvidas ao longo das seis décadas de atuação ininterrupta em prol do setor, mas, sim, de confraternizarmos com todos os setores representados, por estarmos atingindo os objetivos em favor das nossas empresas. A Abrava atua objetivamente para fazer com que o nosso setor seja protagonista da melhoria da qualidade de vida da sociedade, assim como gerador de oportunidades de empreendimentos e empregos”, afirmou o presidente-executivo da entidade, Arnaldo Basile.
Em seu discurso, o empresário também salientou a importância da atuação da Abrava, que, em suas palavras “continua aumentando a sua representatividade nacional e internacional no setor e perante a sociedade”.
“Para chegarmos ao status atual, durante estas seis décadas de atuação, mais de mil voluntários doaram parte do seu tempo, juntamente com nossos colaboradores, contribuindo, de maneira inestimável, com conhecimentos e experiências profissionais, para que estruturássemos os atuais 14 departamentos nacionais e os cinco comitês, gerando conteúdo necessário para cuidar do ar que respiramos e dos processos de refrigeração que facilitam nossas vidas”, concluiu o dirigente.
As duas personalidades de destaque homenagedas durante a 61ª Noite do Pinguim, reconhecidas por sua atuação eminentemente favorável ao AVAC-R, foram a senadora Mara Gabrilli e o engenheiro Samoel Vieira de Souza.
Segundo a Abrava, a parlamentar paulista tem se destacado pela forte atuação em sintonia com as demandas do setor, a exemplo da projeto que culminou na ratificação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.
Já o atual diretor de relações instituicionais da Abrava, que já foi presidente da entidade durante duas gestões e ainda comandou o capítulo brasileiro da Smacna, tem se destacado por sua dedicação e contribuições como vice-presidente do Sindratar-SP e conselheiro do Senai Oscar Rodrigues Alves, assim como do Instituto Mauá, de acordo com a Abrava.