A carga tributária que incide sobre um aparelho de ar condicionado é de 49,82%. Já os impostos que recaem sobre um ventilador representam 49,60% do preço final do produto.
O levantamento, divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), destaca que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) são muito elevados.
E se o produto for importado, a flutuação do dólar também impacta diretamente seu preço, ressalta o estudo, que foi encomendado pela ACSP ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Impostos e energia
Devido ao calor intenso das últimas últimas semanas, as vendas de condicionadores de ar e ventiladores seguem em ritmo acelerado no varejo. A corrida às lojas, obviamente, anima o comércio e a indústria.
Contudo, ambos os setores dizem que o consumo poderia ser bem maior, se os impostos não pesassem tanto sobre o valor desses e outros produtos.
A carga tributária ideal para o Brasil é de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), e não de 36%, como é atualmente, segundo avaliação feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia de sua posse, em 2 de janeiro. “Acima disso, é o quinto dos infernos. Tiradentes morreu por isso”, afirmou.
Especialistas da área energética, entretanto, alertam que o País não teria como gerar energia suficiente para suprir a alta demanda ocasionada por uma expansão robusta e contínua da economia, o que alavancaria, efetivamente, as vendas de ar-condicionado. Enfim, se o Brasil crescer demais, o risco de apagão é alto.
Outro entrave para o crescimento da indústria de climatização é a infraestrutura elétrica inadequada de boa parte das construções brasileiras.
“É por esse motivo que muitos condomínios restringem a instalação de condicionadores de ar”, lembra o engenheiro Arnaldo Parra, diretor de marketing da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).