Um novo estudo científico conclui que as medidas tomadas no âmbito do Protocolo de Montreal resultaram na redução da concentração de substâncias destruidoras de ozônio (SDOs) na atmosfera, o que tem contribuído diretamente para a sua recuperação.
O relatório, intitulado “Avaliação Científica do Esgotamento do Ozônio: 2018” – uma atualização da versão publicada em 2014 –, foi produzido pela Organização Meteorológica Mundial, Programa Ambiental das Nações Unidas, Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, Nasa e Comissão Europeia.
Embora o documento tenha observado um progresso contínuo na restauração da camada de ozônio, reconheceu “um aumento inesperado” nas emissões do clorofluorcarbono (CFC) R-11, fluido refrigerante banido pelo Protocolo de Montreal, devido ao seu alto potencial de destruição do ozônio (ODP, em inglês).
“As emissões globais de CFC-11 derivadas de medições realizadas por duas redes independentes aumentaram após 2012, diminuindo, assim, a queda constante nas concentrações atmosféricas relatadas em avaliações anteriores”, diz o estudo.
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Na 30ª Reunião das Partes no Protocolo de Montreal (MOP 30) em Quito, no Equador, na semana passada, os signatários do acordo comprometeram-se a fornecer todos os dados disponíveis sobre o uso ilegal e a produção de CFC-11, após a apresentação de um relatório sobre o uso da substância na China, produzido pela Agência de Investigação Ambiental (EIA, em inglês).
No entanto, as concentrações totais de cloro e bromo “continuaram a diminuir desde a Avaliação de 2014”, salienta o estudo, alertando que sucesso contínuo do Protocolo de Montreal na proteção do ozônio estratosférico vai depender de seu “cumprimento permanente”.
O relatório ainda documenta os avanços na compreensão científica da destruição da camada de ozônio, refletindo o pensamento de muitos especialistas internacionais que contribuíram para sua preparação e revisão.
“Esses avanços se somam à base científica das decisões tomadas pelas partes do Protocolo de Montreal”, destaca.
O estudo também menciona que o plano global de redução de hidrofluorcarbonos (HFCs) estabelecido pela Emenda Kigali em 2016 deve evitar um aumento de 0,2 °C a 0,4 °C na temperatura da Terra.
Isso é “substancial no contexto do Acordo de Paris, que visa manter a elevação da temperatura global neste século bem abaixo dos 2 °C, em relação aos níveis pré-industriais”, informa.