O impacto econômico provocado pela guerra da Rússia com a Ucrânia vai mexer no preço dos eletrodomésticos no Brasil. Isso porque o aço, uma das principais matérias-primas desse tipo de produto, tende a aumentar ainda mais.
De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a commodity deve subir mais 20% ou 25% em breve, e o repasse ao preço deles será inevitável.
Por conta disso, geladeiras usadas estão sendo cada vez mais procuradas. De acordo com a Já Vendeu, empresa especializada em compra e venda de itens que não são novos, a busca pelo eletrodoméstico cresceu cerca de 245% na plataforma e na loja física nos últimos três meses.
Lucas Navarro, especialista da Já Vendeu, diz que a diferença de preço entre um refrigerador novo e um usado é de, no mínimo, 30%. Mas o consumidor precisa tomar cuidado para não cair em golpes, ficando atento a pagamentos antecipados, por exemplo.
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“Depois de analisar o histórico do vendedor nas lojas virtuais e checar que ele realmente existe, prefira cartões de crédito para efetuar o pagamento. Dessa forma, caso o comprador não receba o produto, existe a possibilidade de pedir um estorno à operadora do cartão. Claro que cada banco tem suas regras, mas ainda é mais seguro do que depositar o dinheiro em espécie”, diz.
A compra de itens usados exige muito mais atenção na hora de escolher o produto. Mesmo que o consumidor saiba analisar alguns detalhes, dificilmente terá conhecimento técnico para uma avaliação completa. Por isso, a principal orientação do especialista é escolher uma plataforma segura, que ofereça garantias.
Existem empresas que fazem todo o processo de venda do item usado, desde recolhê-lo na casa ou escritório do vendedor até o teste de garantia e entrega para o comprador. Nesse caso, quem compra tem a certeza de que o produto passou por uma avaliação de qualidade criteriosa.
Navarro reforça que investir em um item usado é uma ótima escolha. “O vendedor ganha dinheiro com um item que não usa mais. O comprador adquire um produto em bom estado pagando muito menos. E o meio ambiente deixa de receber toneladas de produtos. Essa economia circular só oferece ganho para todos os envolvidos”, conclui.