As recém-divulgadas previsões da Agência Internacional de Energia (AIE) trazem à tona números reveladores sobre a pujança do HVAC brasileiro, algo localmente já projetado por especialistas do setor, em se tratando de um país tropical e com grande demanda reprimida, antes mesmo de se falar por aqui em aquecimento global e extremos climáticos.
Não faltam, porém, motivos para reflexão com o quadro agora esboçado, a começar pela formação de mão obra com quantidade e qualidade suficientes para atender os 160 milhões de aparelhos instalados até 2.050, um crescimento de 350% ante os dias de hoje, na estimativa do estudo.
Já no campo das compensações, é justo levar em conta os esforços feitos para substituir fluidos refrigerantes de alto impacto ambiental, em obediência à meta do Protocolo de Montreal de banir gradativamente os HCFCs até 2030, enquanto a Emenda de Kigali prevê o mesmo, com prazo final 15 anos depois, envolvendo os HFCs.
- Webinar gratuito detalha retrofit de R-22 para HFOs
- Indústria abre suas portas para momento inédito com o mercado
- O futuro do ar condicionado, da refrigeração e do planeta
Idem quanto ao empenho de nossa indústria em desenvolver soluções cada vez mais eficientes, caso dos modelos inverter, bem como dos sistemas planejados para economizar energia, como forma de também reduzir as preocupantes emissões de dióxido de carbono (CO2).
Embora quem seja da área também possa enxergar nisso tudo a oportunidade de muitos novos negócios – apesar dos desafios tecnológicos e de Recursos Humanos a enfrentar – o foco eminentemente ambiental da pesquisa apresentada pela Agência Internacional de Energia é compreensível.
Afinal, o setor gera globalmente 2,7% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e consome 7% da eletricidade da Terra, indicadores que, de acordo com o estudo, tendem a dobrar, à medida que as temperaturas extremas se ampliem, principalmente nas chamadas economias emergentes como Índia, China e Brasil.