As emissões de pelo menos cinco clorofluorcarbonos (CFCs), poluentes agravantes do aquecimento global e altamente nocivos à camada de ozônio, voltaram a crescer entre 2010 e 2020, revela um estudo publicado na Nature Geoscience.
Desde a implementação do Protocolo de Montreal, um dos mais bem-sucedidos tratados globais sobre meio ambiente, a expectativa era que as emissões desses gases diminuísse, segundo Martin Vollmer, pesquisador suíço envolvido na pesquisa.
“Isso não deveria estar acontecendo”, declarou em entrevista à publicação. Os CFCs eram comumente utilizados como agentes de expansão de espumas e fluidos refrigerantes em sistemas de refrigeração e ar condicionado.
Contudo, quando são lançados no meio ambiente, esses gases permanecem na atmosfera por séculos, contribuindo para o efeito estufa e reagindo com o ozônio estratosférico, que protege a Terra de níveis perigosos de radiação ultravioleta.
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Uma das fontes de emissões de pelo menos três CFCs pode ser atribuída a vazamentos acidentais durante a produção de hidrofluorcarbonos (HFCs), compostos desenvolvidos para substituir as substâncias cloradas, uma vez que, nesse processo, pequenas quantidades de CFCs podem ser geradas como subprodutos. Contudo, a origem dos outros dois compostos químicos ainda é desconhecida.
O estudo diz que, embora preocupante, os níveis mais elevados desses gases ainda não representam um risco imediato para a recuperação da camada de ozônio. Estima-se que a camada se regenere totalmente até 2060.
A pronta detecção dessas emissões reforça a eficácia e importância dos grupos de monitoramento criados pelo Protocolo de Montreal, avaliam os pesquisadores.
No entanto, os pesquisadores alertam que comunidade internacional deve manter-se vigilante para evitar quaisquer retrocessos e assegurar a proteção contínua da camada de ozônio e do meio ambiente como um todo.