Um enorme depósito de gelo subterrâneo que data da década de 1780, recentemente descoberto no centro de Londres, foi declarado monumento histórico da Inglaterra.
Um cientista do Museu de Arqueologia de Londres (Mola) redescobriu a instalação durante o desenvolvimento do Regent’s Crescent, um projeto residencial emblemático perto do Regent’s Park.
O depósito de gelo subterrâneo teria sido um dos maiores do seu tipo quando foi construído pela primeira vez – medindo impressionantes 7,5 m de largura e 9,5 m de profundidade.
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Incrivelmente, a câmara em forma de ovo e feita de tijolo vermelho sobreviveu aos bombardeios alemães durante a Segunda Guerra Mundial, apesar da destruição das residências localizadas acima dela.
Segundo o Mola, o armazém de gelo histórico está em excelentes condições, juntamente com a passagem de entrada e antecâmara abobadada.
Na década de 1820, a construção foi utilizada pelo pioneiro comerciante de gelo e confeiteiro William Leftwich para armazenar e fornecer gelo de alta qualidade às elites georgianas de Londres, muito antes de ser possível fabricar gelo artificialmente.
A demanda dos serviços de bufê, instituições médicas e varejistas de alimentos era alta. No início do negócio, o gelo era coletado nos canais e lagos locais no inverno e armazenado lá, mas, muitas vezes o material era impuro e a oferta, inconsistente.
De acordo com o Mola, Leftwich foi uma das primeiras pessoas a reconhecer o potencial de lucro no gelo importado. Em 1822, após um inverno muito ameno, ele fretou um navio para fazer uma viagem de ida e volta de dois mil quilômetros, de Great Yarmouth até a Noruega, para coletar 300 toneladas de gelo em lagos congelados.
Uma vez restaurado, o depósito de gelo será incorporado aos jardins do Regent’s Crescent, que foram projetados pelo arquiteto paisagista mundialmente famoso Kim Wilkie.
Espera-se que seja disponibilizado acesso ao público em certas épocas do ano, durante os festivais arqueológicos e arquitetônicos na cidade.