Embora as investigações sobre as formas de transmissão da covid-19 ainda estejam em andamento, sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC, na sigla em inglês) sem um plano de manutenção, operação e controle (PMOC) adequado podem contribuir para a propagação da doença respiratória causada pelo novo agente do coronavírus (Sars-CoV-2) em ambientes fechados.
O alerta é da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), entidade que reúne fabricantes e prestadores de serviços que atuam no setor.
“Nas instalações de ar condicionado mais comuns existem filtros de ar, cuja função é reter partículas sólidas e líquidas, e filtros de mediana eficiência que retêm essas partículas. Os vírus, quando existentes no ar, são transportados por essas partículas. Nesse sentido, impedindo a passagem dessas partículas, impede-se a chegada dos vírus e bactérias aos ambientes internos”, explica a diretoria técnica da Abrava.
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“Para aplicações especiais, existem filtros de alta eficiência, os chamados filtros hepa (high efficiency particulate air filter), que retêm particulados de dimensões de 0,3 micra com eficiência de até 99,97%. Por isso, a utilização de baterias de filtração, tanto nos sistemas de recirculação como nos sistemas de renovação, ajuda em muito na manutenção da concentração de particulados em níveis mais baixos, colaborando, assim, com a diminuição da contaminação”, afirma.
“Deve-se também manter os sistemas de renovação de ar em condições adequadas, ou seja, diluindo e removendo poluentes dos ambientes climatizados, cujo resultado obtido será a redução do risco de contaminação para uma série de doenças transmissíveis pelo ar, inclusive as virais”, acrescenta.
Segundo a Abrava, o PMOC tem parâmetros para a qualidade do ar interno (QAI) regulamentados pelo Ministério da Saúde, por meio de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que apresenta os níveis máximos de concentração dos poluentes atmosféricos mais conhecidos e de fácil detecção.
“A resolução também estabelece os níveis aceitáveis de temperatura, umidade, velocidade do ar e fator de renovação”, lembra a entidade, ressaltando que “todas as aplicações de manutenção e substituição dos filtros de ar dos sistemas de climatização devem ser feitas de forma rigorosa”.
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