Os condicionadores de ar são sistemas que consomem muita energia, provocando emissões de poluentes que contribuem para o aumento da temperatura da Terra – fato que, ironicamente, faz com que as pessoas comprem mais ares-condicionados.
Mas e se a sociedade pudesse usá-los para lutar contra a mudança climática? É o que um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, sugeriu em um artigo publicado na Nature Communications nesta semana.
Os cientistas dizem que os aparelhos do gênero podem ser adaptados para retirar dióxido de carbono (CO₂) e água da atmosfera, por meio de tecnologias de captura de carbono que estão atualmente em desenvolvimento por empresas como a Climeworks.
Uma vez coletada, a água e o CO₂ seriam convertidos em hidrocarbonetos e usados como combustíveis renováveis. Isso poderia criar uma rede de poços de petróleo sintético entre sistemas de ar condicionado de escritórios e edifícios, segundo o MIT Technology Review.
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Como exemplo, os pesquisadores afirmam que a conversão de todos os condicionadores de ar na Fair Tower, icônico prédio localizado em Frankfurt, poderia extrair mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera por hora.
Contudo, o plano é altamente especulativo e puramente teórico, pois baseia-se no desenvolvimento bem-sucedido de várias tecnologias diferentes. Enfim, embora seja uma ideia interessante, há muitos desafios a serem abordados antes de torná-la realidade.
Os pesquisadores também temem que a promessa de uma solução fácil para o aquecimento global distraia as pessoas daquela que deveria ser sua prioridade número um: a redução drástica de emissões de CO₂.