A agência espacial russa informou, na última sexta-feira (23), que considera realizar uma missão de resgate para trazer de volta três dos sete astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), depois que foi constatado um vazamento de fluido refrigerante na espaçonave Soyuz quando ela estava atracada em órbita. O plano seria colocado em prática por meio do envio de uma nave espacial vazia à ISS.
Tanto a Nasa quanto a Roscosmos – estatal russa responsável pelas atividades espaciais do país – disseram que seguem investigando o que causou a perfuração no tubo do radiador externo da cápsula em 14 de dezembro, no momento em que dois cosmonautas se preparavam para um passeio espacial de rotina.
O vazamento fez com que os controladores da missão em Moscou cancelassem o passeio espacial, uma vez que uma transmissão ao vivo da Nasa exibiu o que parecia ser uma enxurrada de partículas semelhantes a flocos de neve lançados a partir da retaguarda da Soyuz.
Até agora, no entanto, nenhuma decisão foi tomada sobre qual a melhor forma de trazer os tripulantes de volta à Terra. Uma possibilidade é enviar outra Soyuz para buscá-los. Outra, menos provável, é mandá-los para a órbita terrestre na cápsula defeituosa, sem parte da refrigeração.
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O vazamento em questão durou horas e esvaziou o radiador utilizado para regular as temperaturas dentro da espaçonave, onde fica a tripulação. Apesar disso, a Nasa informou que nenhum membro da missão esteve em perigo.
O incidente, porém, alterou a rotina da Rússia na ISS, forçando a suspensão de todos os futuros passeios espaciais promovidos pela Roscosmos, e levando os funcionários em Moscou a focar no vazamento e na possibilidade de novos desdobramentos.
De acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias russa TASS, a causa mais provável do dano na Soyuz pode ter sido um micrometeoroide que atingiu a espaçonave em um ponto em que ela estava desprotegida, causando a ruptura de um tubo do sistema de resfriamento da cápsula.
Tal micrometeoroide pode pertencer à chuva de meteoros de Geminídeos, cujo pico ocorre entre 13 e 14 de dezembro. Uma hipótese alternativa aponta que o incidente poderia ter sido causado por um pequeno detrito artificial, ou melhor, um pequeno pedaço de lixo espacial.
Com informações da Deutsche Welle
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