América Latina e Caribe, regiões conhecidas por suas ricas biodiversidades, paisagens deslumbrantes e patrimônios culturais, enfrentam um novo e preocupante desafio: a aceleração alarmante dos efeitos ambientais adversos da crise climática.
É o que aponta um relatório sobre o tema publicado no mês passado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Nos últimos anos, segundo o documento, observou-se um acentuado aumento na frequência e intensidade de fenômenos climáticos extremos.
Secas prolongadas, furacões de categoria superior, enchentes devastadoras e elevação do nível do mar ameaçam não apenas a flora e fauna, mas também as economias e as vidas humanas nas regiões, alerta a OMM.
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Apesar de contribuírem com uma pequena parcela das emissões globais de gases do efeito estufa, AL e Caribe sofrem desproporcionalmente com as consequências das mudanças climáticas.
A devastação da Amazônia, as frequentes queimadas e o desmatamento acelerado exacerbam a situação, reduzindo a capacidade de absorção de dióxido de carbono (CO2) e liberando ainda mais gases poluentes na atmosfera.
Os principais pontos do relatório incluem:
• Nos últimos 30 anos, a região aqueceu 0,2 °C por década, a taxa mais alta já registrada.
• O Brasil foi notavelmente afetado com queda na produção agrícola em 2022, chuvas devastadoras em Petrópolis (RJ) e incêndios no Amazonas.
• O aumento do nível do mar está acima da média global, ameaçando populações costeiras.
• A seca prolongada tem afetado a produção de eletricidade a partir de hidrelétricas, levando ao aumento da demanda por combustíveis fósseis.
• Calor extremo e solos secos resultaram em incêndios florestais recordes em 2022, elevando as emissões de CO2.
• O derretimento acelerado das geleiras ameaça a segurança hídrica e os ecossistemas.
• A região tem potencial inexplorado em energias renováveis, especialmente solar e eólica. Atualmente, apenas 16% da geração renovável é proveniente dessas fontes.
• A América Latina e o Caribe desempenham um papel crucial na produção global de alimentos e são vulneráveis a riscos climáticos devido à alta densidade populacional em áreas urbanas informais.
• O documento ressalta a importância dos serviços meteorológicos e hidrológicos para adaptação e mitigação climática.