O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (8) o decreto aplicando tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio. Por enquanto, México e Canadá, integrantes do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), estão isentos das alíquotas.
“Não adotamos estas ações por escolha, mas por necessidade”, afirmou Trump em um ato na Casa Branca.
Na semana passada, o Instituto de Refrigeração, Aquecimento e Ar Condicionado dos EUA (AHRI, em inglês), que representa mais de 300 indústrias do setor, já havia expressado sua preocupação com a medida proposta. Hoje, a entidade voltou a criticá-la, alegando estar “decepcionada”.
“O AHRI, cujas 320 empresas dependem de suprimentos econômicos e abundantes de aço e alumínio para produzir seus produtos e equipamentos, não apoia a adoção de novas tarifas, devido ao seu impacto nos fabricantes e consumidores”, declarou a associação.
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“Como grandes usuários de aço e alumínio, fomos proativos em explicar ao governo que o HVAC-R seria impactado negativamente pelo aumento das tarifas, assim como os consumidores que dependem dos produtos que fabricamos”, disse o presidente e CEO do AHRI, Stephen Yurek.
“Embora tenhamos ficado satisfeitos com o apoio entusiasmado da administração Trump para a produção interna e estejamos felizes pelo fato de o presidente incluir pelo menos uma isenção temporária para as importações provenientes do Canadá e do México, acreditamos que este passo seja prejudicial, e não útil, para nossos esforços em aumentar a fabricação interna e criar empregos”, acrescentou.
Brasil pode contestar
A sobretaxa ao aço e ao alumínio adotada pelos EUA preocupam o Brasil. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a restrição comercial afetará as exportações brasileiras de ambos os produtos e pode resultar em contestação nos organismos internacionais.
Em nota oficial, o MDIC informou que o governo brasileiro espera chegar a um acordo com os EUA para evitar a aplicação das tarifas, mas caso isso não seja possível, o Brasil pode questionar a elevação das tarifas em foros globais.
“O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses nesse caso concreto”, ressaltou o MDI
* Com informações da Agência Brasil