As mudanças dinâmicas do cenário educacional profissionalizante no Brasil têm colocado a indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (AVAC-R) no epicentro de duas transformações cruciais: a transição para fluidos refrigerantes mais eficientes e de menor impacto climático e a adoção crescente de substâncias levemente inflamáveis (A2L).
Nesse contexto, “a relevância e o sucesso contínuo de qualquer programa de treinamento em nosso mercado dependem intrinsecamente de sua capacidade de oferecer formação atualizada aos alunos”, diz o professor Diogo Rezende, da escola mineira Treinatec-BH.
“Por isso, é essencial que os educadores estejam bem equipados para transmitir não apenas os princípios básicos do AVAC-R, mas ensinar também sobre novas tecnologias emergentes, regulamentações e melhores práticas, principalmente no tocante a questões de segurança e a recolhimento, reciclagem e regeneração de fluorquímicos”, acrescenta.
Na visão do docente, para assegurar uma transição educacional bem-sucedida no AVAC-R, a atual coalizão composta por governos, agências intergovernamentais, fabricantes, entidades e instituições de ensino do setor deve ser ampliada, o que fará com que o País cumpra as metas da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal sem percalços.
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O tratado internacional, já ratificado pelo Brasil e outros 151 países, determina a redução da produção e do consumo de hidrofluorcarbonos (HFCs) de alto potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) utilizados como fluidos refrigerantes em sistemas de refrigeração e ar condicionado.
“A fim de garantir o sucesso contínuo do acordo ao longo das próximas décadas, é imperativo que os instrutores brasileiros participem de programas de treinamento específicos para a categoria”, afirma.
“Isso não servirá apenas para capacitar multiplicadores, mas também garantirá que o cronograma de redução escalonada de HFCs seja cumprido com sucesso por aqui, tal como já aconteceu com os clorofluorcabonos (CFCs) e vem ocorrendo com os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) atualmente”, ressalta.
O AVAC-R, prossegue Rezende, tem um papel fundamental na busca global por soluções de refrigeração e climatização mais sustentáveis.
“À medida que a indústria avança, os refrigeristas devem ser capacitados e preparados para enfrentar os desafios e oportunidades dessa nova era, garantindo, assim, um futuro mais sustentável para todos”, arremata.