
Embora os negócios no ramo de climatização de automóveis tenham sofrido retração por causa da pandemia, o setor agrícola tem ajudado a manter a demanda por sistemas de ar condicionado automotivo no País.
Um dos principais fabricantes do segmento, a paranaense ACA viu com apreensão, em 2020, a gradual paralisação das linhas de montagem de veículos. Suas vendas para mercado de máquinas e tratores, no entanto, permaneceram sem oscilações.
Diante desse cenário, a empresa planejou uma expansão controlada, focada em ajustar-se à nova realidade mundial. Com isso, resolveu expandir suas operações em direção a projetos que envolvessem o combate à covid-19.
Agora, a companhia está prestes a lançar um ar-condicionado desenvolvido para ambulâncias, cuja tecnologia embarcada no equipamento inativa coronavírus. Na outra ponta, vai expandir, em breve, seu catálogo voltado para a área de transporte, com o lançamento de um baú refrigerado.
“Este ano começamos um estudo para a linha de refrigeração de veículos voltados a pequenas cargas, como vans e caminhões inicialmente acoplados com câmara fria para até -20 °C. Esse segmento tem muito a crescer, e estamos estudando a viabilidade de alguns protótipos e soluções para esse mercado”, revela o presidente da companhia, Cláudio Dumke.
- Chemours e Super Ar capacitam refrigeristas da área automotiva
- Sistema Lokring é seguro e confiável, afirma ONU
- Indústria de ar condicionado automotivo avança no campo
Sediada em São José dos Pinhais, a empresa opera em uma planta de 10 mil metros quadrados, com capacidade de fabricação entre 2,5 mil e 3 mil kits de ar-condicionado por mês. Para atender à demanda, conta com o trabalho de 80 colaboradores diretos na fábrica e mais de 300 indiretos espalhados pelo Brasil.
A ACA é especializada no mercado de reposição de peças e de instalação de ar-condicionado automotivo, estendendo-se a vans, caminhões, máquinas agrícolas e a todo tipo de veículo, conforme salienta o executivo.
“Hoje, somos uma empresa com conhecimento e experiência em cada componente do segmento de climatização, desenvolvendo produtos com a melhor qualidade possível. Em diversas oportunidades, conseguimos, inclusive, melhorar produtos que saem de fábrica com vícios de projeto”, enfatiza o dirigente.

Trajetória de sucesso
Fundada em 2001, a ACA começou sua trajetória no setor comercializando peças pequenas, que naquele momento eram soluções que o mercado precisava.
Ao longo dos anos, investiu esforços para a elaboração de pequenos componentes mais elaborados, a partir do crescimento do volume de pedidos por alguns clientes, que demandavam soluções mais sofisticadas.
“Naquela época, era muito comum os veículos da linha leve, incluindo os populares Pálio, Gol e outros modelos, virem sem ar-condicionado de fábrica, em torno de 80% deles. Havia uma necessidade muito grande e foi preciso adaptar equipamentos, pois o mercado dispunha de soluções baratas, porém não tão eficientes, nem tão boas. E eram produtos muito difíceis de instalar”, lembra Dumke.
Foi então que o empreendedor decidiu desenvolver, em parceria com montadoras, um equipamento mais robusto e com peças originais, a partir de um projeto com orçamento um pouco mais elevado.
“Fiz um produto como se fosse para mim. Desenvolvi, então, um sistema, na época para o Palio. Até hoje estamos fabricando esse produto para todas as linhas”, salienta.
Além de fabricar componentes para veículos de linha leve, caminhões, máquinas agrícolas e de construção, a ACA também fornece partes e peças para ônibus e micro-ônibus, trens e aviões de pequeno porte.
“Hoje, somos praticamente autossuficientes, dependemos muito pouco de terceiros ou de fornecedores externos. Do projeto ao desenvolvimento, é tudo feito internamente”, complementa.
Os principais clientes são OEMs – fabricantes de sistemas ou componentes usados no produto final de outra empresa – e after market, em que atende demandas de transformadores e implementadores a concessionárias e autopeças, fornecendo também produtos da Webasto, Red Dot, Okys e TCCI.
“Somos muito fortes também na linha de reposição de peças para linha automotiva. Temos um portfólio com cerca de 26 mil itens diversos, dos quais fabricamos em torno de 15 mil. Portanto, a ACA é uma empresa bem verticalizada, com bastante know-how nesse mercado”, afirma o empresário.