Após 20 anos de exaustivas negociações, os líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) fecharam o acordo que forma uma das maiores áreas de livre comércio do planeta. Juntos, os dois blocos representam cerca de 25% da economia mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas.
O tratado eliminará as tarifas de importação para mais de 90% dos produtos comercializados entre os dois blocos. Para os produtos que não terão suas tarifas zeradas, serão aplicadas cotas preferenciais de importação com tarifas reduzidas.
O processo de eliminação de tarifas varia de acordo com cada produto e deve levar até 15 anos, contados a partir da entrada em vigor da parceria intercontinental.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo reduz, por exemplo, de 17% para zero as tarifas de importação de produtos brasileiros como calçados e aumenta a competitividade de bens industriais em setores como têxtil, químicos, autopeças, madeireiro e aeronáutico.
Estimativas do Ministério da Economia indicam que o acordo representará um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo alcançar até US$ 125 bilhões se forem considerados a redução das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade.
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O aumento de investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as exportações brasileiras para a União Europeia apresentarão quase US$ 100 bilhões de ganhos até 2035.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, comemorou a celebração do acordo, embora ainda falte um longo caminho para sua entrada em vigor. Isso porque ele precisa ser ratificado e internalizado individualmente pelos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
“[O fechamento do acordo] foi muito bom para o Brasil. É uma operação dominó. Com toda certeza, outros países terão interesse em negociar conosco”, afirmou Bolsonaro em Osaka, no Japão, onde participou da Cúpula do G20.
Em nota oficial, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reforça que o tratado incentivará investimentos europeus no Brasil e acesso a inovações tecnológicas.
Entretanto, “as empresas que produzem em nosso país precisam de condições isonômicas para competir com as europeias e, assim, aproveitar a oportunidade histórica que se abre”, pondera a entidade.
“Sem a redução do custo Brasil – 30% maior que o da União Europeia –, o governo irá matar as poucas indústrias que sobreviveram até agora”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Pedro Evangelinos.
“Lembre-se que o presidente Donald Trump é ovacionado por proteger o emprego e a indústria norte-americana, e os EUA não têm o custo Brasil de 30%. Quem sobreviver, verá”, diz.
Com informações da Agência Brasil