Anunciado em outubro pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o aumento de 43% na bandeira tarifária vermelha, de R$ 3,50 para R$ 5,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, chama a atenção não somente porque o País ainda está em crise econômica, mas pela clara necessidade de se tomar algumas medidas para fazer uso do equipamento de ar condicionado sem aumentar o consumo energético.
“A indústria já oferece uma sensível evolução tecnológica do ponto de vista da eficiência energética, permitindo aos sistemas de climatização apresentar níveis de consumo de eletricidade até 40% menores com relação a sistemas produzidos na década de 1990”, afirma o engenheiro Arnaldo Lopes Parra, da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
Segundo o especialista, esta situação favorece tanto quem atua em ambientes corporativos quanto a população em geral. “Em ambos os casos, todos podem continuar a usufruir do conforto térmico, sem ter que desligar seus equipamentos de climatização por conta de tarifas sobretaxadas, visto que equipamentos modernos são mais eficientes e econômicos”, complementa.
O fato de hoje o mercado varejista dispor de diversos modelos de condicionadores de ar mostra o quanto é importante levar em consideração alguns requisitos para que o custo-benefício seja interessante para o comprador, como a capacidade térmica do equipamento.
O engenheiro explica que para o cálculo certo da necessidade de refrigeração vários fatores devem ser observados tais como a área, circulação de pessoas, insolação, entre outros fatores que, se não observados, sobrecarregam o equipamento e, desta forma, consomem mais energia; tipo de modelo (janela ou mini-split); de tecnologia (que só esfria ou esquenta/esfria); com tecnologia inverter (capacidade variável) ou convencional (rotação fixa).
“A boa manutenção possibilita economizar até 50% de energia se comparado com sistemas sem a devida atenção de manutenção preventiva. Estudos indicam que se todos os equipamentos de climatização com mais de 25 anos de funcionamento existentes no Brasil fossem substituídos por equipamentos de última geração, a economia resultante com eletricidade seria da ordem de uma usina hidrelétrica da dimensão de Itaipu”, comenta Parra.