Embora ainda seja pequena, a presença feminina em cargos estratégicos vem crescendo globalmente na indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R).
Na Embraco, um dos nomes mais fortes do segmento de compressores, esse cenário não é diferente, inclusive na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), tanto aqui quanto no exterior.
Um dos talentos dessa área é Adriana Cardozo, 32, especialista em propriedade intelectual na empresa sediada em Joinville (SC).
Responsável por transformar novas invenções em patentes, ela entrou na Embraco em 2013 e já acumula uma rica história de aprendizados e conquistas.
Desde o início da carreira, Adriana está bem próxima do mundo da pesquisa.
Ainda no segundo ano do curso técnico de mecânica, no qual era a única menina da sala, foi a primeira da turma a conseguir um emprego na área, em um laboratório de ensaios mecânicos.
Passou quatro anos lá, iniciou a faculdade de engenharia de produção até decidir fazer um intercâmbio de dois anos nos EUA.
Aprendeu inglês, cursou comunicação empresarial, mas o desejo de concluir os estudos e seguir carreira na área de pesquisa falou mais alto.
Retornou ao Brasil e à faculdade e, em pouco tempo, começou um estágio na Whirlpool, onde ingressou na área de propriedade intelectual.
Após o fim do estágio na empresa, assumiu uma vaga ainda de estágio na Embraco para atuar na mesma área que vinha trabalhando.
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Atualmente, a analista é a responsável na empresa por tratar de todos os temas que envolvem propriedade intelectual.
Adriana está em contato constante com o time de engenharia com objetivo de proteger as novas soluções desenvolvidas pela companhia a partir de três critérios: novidade; aplicação industrial e atividade inventiva. Em seis anos de Embraco, ajudou a depositar cerca de 150 patentes.
Com tantas conquistas na carreira até hoje, o feito que mais se orgulha é o hall de patentes sugerido por ela como forma de reconhecer o trabalho dos inventores e, mais do que isso, incentivar os jovens pesquisadores a seguir o caminho da ciência.
Adriana acredita que o ambiente inovador da empresa é algo que contribui bastante para sua carreira.
“Tenho orgulho de trabalhar em uma companhia que está entre as empresas privadas com o maior número de patentes depositadas vigentes no Brasil e nos Estados Unidos”, diz a engenheira.
Ela acredita que ainda tem muito espaço para crescer e quer ampliar seu know-how sobre propriedade intelectual para cada vez mais disseminar conhecimento e ajudar pessoas.
Neste mês, inclusive, a especialista em patentes defende seu mestrado em propriedade intelectual e transferência de tecnologia para inovação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para quem está começando na área, Adriana aconselha: “Há sempre algo novo para construir, criar e nos desafiar. Isso é o que nos move.”
Aprendendo todos os dias
Outro grande talento feminino na Embraco é Núbia Ferreira, 33, gerente sênior de pesquisa e desenvolvimento da empresa.
Núbia Ferreira optou pela faculdade de engenharia por gostar muito de exatas e pelo amplo papel social que tem o engenheiro, desenvolvendo soluções que melhoram o dia a dia e a qualidade de vida de todos.
Hoje, seu maior objetivo é impactar positivamente a vida das pessoas por meio da liderança de projetos inovadores na Embraco, onde iniciou há nove anos como trainee.
Depois de cursar engenharia química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ela viajou sozinha para Santa Catarina e entrou para área de compras da Embraco.
Nos últimos dois anos, passou a atuar na área de engenharia, onde trabalha diretamente com pesquisa, inovação e tendências de mercado, sempre em contato com clientes para entender o que precisam, desenvolvendo, assim, soluções diferenciadas.
“É inspirador poder fazer o lançamento de um produto inovador e pioneiro, que traz inúmeros benefícios para o meio ambiente, como redução de energia, e também para o dia a dia das pessoas”, conta.
Como gerente de um time de líderes de projeto na companhia, Núbia tem o importante papel de acompanhar desde a concepção do produto, passando por processos que precisam ser implementados na fábrica, certificação de fornecedores, testes de aprovação do produto, validação com clientes até seu lançamento e primeiras vendas.
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“Não faço nada sozinha. Há uma equipe multidisciplinar que reúne marketing, engenharia, processo, vendas, laboratórios e compras, entre outras áreas, para atingirmos um produto vencedor que seja construído para atender as necessidades do cliente”, destaca.
Núbia também inspira pessoas dentro da companhia. Ela lembra, com orgulho, um treinamento que fez para líderes da Embraco e da Whirlpool reunindo colaboradores de todas as plantas.
Foi uma semana de imersão, aprendizados e trocas de onde saiu com uma placa de reconhecimento como sendo líder destaque em todas as esferas analisadas.
“Para que a empresa tenha sucesso, é fundamental o papel do líder auxiliando o time a estar sempre motivado, comprometido a entregar resultados diferenciados e fazendo realmente as coisas acontecerem”, avalia.
Núbia, que acabou de voltar de uma viagem à planta da China da Embraco para acompanhar de perto a implantação de um projeto que liderou, pretende continuar a fazer pesquisas e se desenvolver para entregar soluções cada vez melhores, mais eficientes e inovadoras.
“Desde que estou na Embraco não houve um único dia em que não tenha aprendido algo diferente. Quero continuar assim, trazendo resultados para a companhia e melhorando a vida das pessoas”, arremata.
Ciência precisa de mais mulheres, alerta ONU
Muitos dos maiores problemas globais podem continuar sem solução porque mulheres e meninas estão sendo desencorajadas a trabalhar nas ciências exatas.
“O papel da educação científica em um mundo em transformação não pode ser desvalorizado”, ressalta a Organização das Nações Unidas (ONU), que celebra nesta segunda-feira (11) o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Estima-se que 90% dos empregos do futuro exigirão alguma forma de habilidade em novas tecnologias, e as categorias de empregos que mais crescem estão relacionadas a ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, em inglês).
Medidas práticas em resposta às barreiras que impedem o sucesso de mulheres e meninas nessas áreas devem, portanto, ser implementadas, conclama a ONU.