As três nações que compõem a América do Norte – Canadá, Estados Unidos e México – estão adotando planos diferentes para reduzir gradualmente o uso de hidrofluorcarbonos (HFCs), informa reportagem publicada ontem (9) no site Ammonia21.com.
O Canadá, que ratificou a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal em 2017, começará a cortar o consumo desses gases este ano.
A redução será de 10%, com base no nível médio de consumo registrado entre 2011 e 2013, conforme estabelece o pacto climático aprovado em Ruanda, em 2016.
O plano canadense também limita o potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) dos fluidos refrigerantes que podem ser usados em aplicações específicas.
A partir de 1º de janeiro de 2020, os sistemas de refrigeração comercial independentes de média e baixa temperatura só poderão utilizar, respectivamente, substâncias com GWP máximo de 1.400 e de 1.500, enquanto os sistemas centralizados de refrigeração e condensação poderão continuar usando refrigerantes com GWP de até 2.200.
- Califórnia proíbe HFCs de alto impacto climático
- Eliminação de HFCs pode frear mudança climática
- St. Marche economiza até 11% com energia após retrofit do R-404A
Grande parte da regulamentação canadense se concentra nas importações, uma vez que o país compra esses gases a granel para uso na fabricação e manutenção de equipamentos de refrigeração e ar condicionado e na fabricação de espumas.
“A indústria no Canadá e em todo o mundo tem feito grandes progressos na eliminação gradual de substâncias destruidoras de ozônio nos últimos 30 anos”, disse Catherine McKenna, ministra canadense do meio ambiente e mudança climática, quando o plano foi anunciado, em 2017.
“Faremos o mesmo com os HFCs, garantindo um ambiente limpo e uma economia forte para nossos filhos e netos”, acrescentou.
O México ratificou a Emenda de Kigali em setembro de 2018. Como um país em desenvolvimento, congelará a média de produção e o consumo em 2024 com base na produção e consumo dos anos 2020, 2021 e 2022.
Apesar do amplo apoio da indústria local para sua ratificação, o governo dos EUA ainda não enviou a Emenda de Kigali para o Senado aprová-la, e o presidente Donald Trump tem dado sinais claros de que não está propenso a fazer isso.
Os planos de eliminação de HFCs de alto GWP da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) lançados em 2015 foram suspensos por um tribunal de segunda instância em 2017 e, agora, eles estão sendo revisados pela órgão.
A partir deste ano, as regulamentações acerca de reparos de vazamentos nos termos da Lei do Ar Limpo estão sendo ampliadas dos refrigerantes que destroem a camada de ozônio para os HFCs.
No entanto, em setembro passado, a EPA anunciou que tentaria rescindir a forma como essas regras seriam aplicadas.
Enquanto isso, Califórnia, Nova York, Connecticut e Maryland estão colocando em prática seus próprios planos de redução de HFCs, e outros estados devem seguir o mesmo caminho.