Após um ano de desastres climáticos devastadores ao redor do globo, a 24ª Sessão da Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, em inglês) começou esta semana, em Katowice, na Polônia, com o objetivo de finalizar a implementação do Acordo de Paris.
Esse acordo internacional visa manter o aumento da temperatura média global neste século abaixo de 2 °C e direcionar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
Segundo o comunicado distribuído à imprensa, suas diretrizes delinearão a forma de implementar o tratado climático de maneira justa e transparente para todos os países signatários.
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Especificamente, essas regras fortalecerão a cooperação entre os países, assegurando que as contribuições de cada um deles sejam transparentes, que a responsabilidade seja compartilhada justamente e que o progresso na redução das emissões seja mensurado precisamente, informou a ONU.
“Provavelmente, este será um dos quatro anos mais anos mais quentes registrados. As concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera estão em níveis recordes e as emissões continuam a aumentar”, alertou a secretária executiva da UNFCCC, Patrícia Espinosa
“Os impactos das mudanças climáticas nunca foram tão ruins. Esta realidade está nos dizendo que precisamos fazer muito mais – a COP24 precisa fazer acontecer”, acrescentou.
Um conjunto finalizado de diretrizes de implementação desencadeará ações climáticas práticas em relação a todas as metas do Acordo de Paris, incluindo a adaptação aos impactos das mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e fornecendo apoio financeiro e outros suportes aos países em desenvolvimento.
Espinosa destacou que os países possuem forte apoio para uma ação climática rápida, dado que a conscientização do público e a demanda por soluções têm aumentado devido à evidência clara de que o clima está mudando.
“Simplesmente não podemos dizer a milhões de pessoas ao redor do globo que já estão sofrendo com os efeitos das mudanças climáticas que não entregamos o que foi prometido.”
Diálogo de Talanoa
A COP24 acontece na esteira do relatório “Aquecimento Global de 1,5 °C”, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e de relatórios das Nações Unidas sobre o aumento das concentrações e das emissões de GEE.
“Todas estas descobertas confirmam a necessidade de manter o mais forte compromisso com as metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global em menos de 2°C e direcionar esforços em 1,5°C”, ressaltou Espinosa.
“Toda a nossa atenção deve ser em alcançar este objetivo e construir ambição em direção a isso.”
A COP24 também concluirá o Diálogo Talanoa, a primeira conversa internacional para avaliar o progresso em direção às metas do Acordo de Paris, incluindo limitar o aumento da temperatura global.
Um dos objetivos do diálogo é encontrar soluções práticas e locais para como os países podem aumentar suas ambições na próxima rodada das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que descrevem os esforços dos países para reduzir as emissões em território nacional.
Durante a conclusão do Diálogo Talanoa, ministros considerarão o relatório do IPCC e sua relevância no contexto das ações futuras. “É minha esperança que isso dará aos ministros a oportunidade de fornecer um sinal político para darmos passos mais ambiciosos”, completou Espinosa.