O engenheiro mecânico Arnaldo Lopes Parra, diretor de marketing da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), avalia que desvinculação dos técnicos de nível médio dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas) representa um atraso para a sociedade e, principalmente, para os profissionais da área.
A afirmação foi feita durante sua palestra sobre a legislação pertinente ao Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) de sistemas de ar condicionado, proferida na última sexta-feira (5), no Senai Oscar Rodrigues Alves, em São Paulo.
Em função da Lei 13.639, sancionada em março pelo presidente Michel Temer, os refrigeristas foram desligados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e de seus conselhos estaduais.
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Em 21 de setembro, os profissionais do setor passaram a integrar o Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), que até o momento não conseguiu pôr no ar o sistema de emissão do Termo de Responsabilidade Técnica (TRT). Sem esse documento, muitos técnicos não conseguem exercer suas atividades, o que tem causado prejuízos inestimáveis para a categoria.
“Na verdade, é a união que faz a força. Uma divisão da comunidade técnica tende a reduzir sua capacidade de influir e articular ações para o bem da sociedade. Ou seja, todos acabam perdendo”, disse.
“Então, eu vejo essa separação como um retrocesso, que só tende a colocar uma profissão contra a outra”, acrescentou.
Para ele, o mercado de climatização vai “ressentir” muito os problemas ocasionados pelo atraso nas emissões dos TRTs. “Isso acabou virando um território temerário, cheio de fake news, rumores e suposições”, afirmou.
“Minha opinião pessoal é que um conselho de classe que vai precisar de muitos recursos para sobreviver acaba tendo seu poder reduzido. A tendência, a longo prazo, é retomarmos a união da comunidade técnico-científica, porque o bom senso tem de prevalecer”, ressaltou.