A fumaça de cigarro é um dos piores poluentes dos ambientes internos. Afinal de contas, sabe-se que ela contribui para o desenvolvimento de diversas enfermidades, incluindo câncer de pulmão, derrame cerebral e doenças cardíacas.
Inclusive, a fumaça de tabaco pode ser captada e espalhada pelos edifícios através de seus sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC), segundo pesquisadores norte-americanos.
Enfim, a exposição dos ocupantes de um prédio ao tabaco não vem apenas do fumo passivo mais comum, conhecido como secondhand smoke, mas também de pessoas que fumam do lado de fora ou que fumaram no edifício anos atrás. Esta contaminação também é chamada pelos cientistas de thirdhand smoke (“fumo de terceira mão”, ou THS, na sigla em inglês).
O professor Peter DeCarlo, da Universidade Drexel, afirma que “esse é um meio adicional de exposição involuntária ao tabaco para pessoas que não fumam e evitam áreas onde o tabagismo ocorre”.
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Em um experimento conduzido em uma sala onde ninguém fumava há anos, DeCarlo descobriu que 29% das partículas de ar eram afetadas pelos componentes do tabaco.
Embora não esteja claro como as partículas entraram na sala, DeCarlo e seus colegas notaram que “a 20 metros do final do corredor” há uma varanda onde as pessoas fumam “ilicitamente”.
Eles também notaram que os sistemas HVAC recirculam o ar em várias salas. Portanto, “o que acontece em uma sala afeta todas as outras”.
“Por este motivo, uma sala localizada perto de uma área para fumantes com penetração de fumaça ou uma sala ocupada por um fumante podem, efetivamente, expor os outros ocupantes servidos pelo mesmo sistema de climatização ao fumo de terceiros”, salienta.
Segundo o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC), pelo menos 2,5 milhões de não fumantes morreram em decorrência do fumo passivo desde 1964.
Em 2017, uma pesquisa mostrou que crianças colocadas em uma sala onde as pessoas já haviam fumado por anos, mas não estavam mais fumando, tinham quantidades significativas de nicotina nas mãos e na saliva.