Os números coletados de outubro a dezembro últimos pelo Departamento de Economia e Estatísticas da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento não deixam dúvidas: o AVAC-R está chegando ao seu ponto de equilíbrio, após amargar os efeitos da pandemia e um pico registrado em 2021, quando o país literalmente voltou a abrir, colocando de novo para funcionar a plena carga suas instalações climatizadas e frigoríficas.
De acordo com o estudo, os R$ 36,9 bilhões faturados por todos os segmentos do mercado no ano passado devem se elevar em torno de 12% agora em 2024, chegando portanto a R$ 41,3 bilhões, considerando-se as áreas de fabricação, venda de equipamentos e serviços relacionados a instalação e manutenção, esses dois últimos nichos com plenas condições de permanecer na liderança dos negócios, a exemplo do ocorrido no ano passado.
Tais projeções, segundo a pesquisa, envolvem prioritariamente os serviços realizados em sistemas centrais de ar-condicionado, ventilação e refrigeração, que devem progredir de R$ 6,36 bilhões para R$ 8,02 bi, conforme também anunciado durante o “ABRAVA de Portas Abertas”, no último dia 30 de janeiro.
Na sequência, entre os destaques de 2023, surge o segmento de manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com uma variação positiva da mesma ordem (26%), ante ao volume de R$ 1,18 bi contratado pelos players dessas áreas no exercício anterior.
O comércio do AVAC-R, por sua vez, deve repetir em 2024 o crescimento de 10% registrado no ano passado, enquanto os setores de fabricação de compressores; aparelhos e equipamentos para instalações térmicas; produção de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial devem ter uma expansão menor, entre 7% e 8%.
Aquecimento
Além de ter sido o ano mais quente da história do planeta, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) – com os termômetros mantendo no Brasil uma média de 24,92ºC, contra os 24,23°C que prevaleceram entre 1991 e 2020 no país – o ano passado deixou como legado para quem vive de amenizar o calor alheio uma esticada do fenômeno El Ninõ até abril, enquanto a última anomalia do gênero se encerrou um mês antes, em março de 2016.
No que tange à economia, motivos também não faltam para otimismo, conforme frisou em sua fala o presidente executivo da ABRAVA, Arnaldo Basile, tendo em vista a tendência de estabilidade verificada por ele no ritmo de recuperação do setor de ar condicionado, por exemplo.
“Após o pico de 5,4 milhões de unidades produzidas em 2021, houve uma queda em 2022, voltando a crescer a produção em 2023, até se posicionar na faixa dos 4,5 milhões”, explicou ele, lembrando que as vendas de splits, por exemplo, devem totalizar perto de 5 milhões de unidades no decorrer de 2024.
Soma-se a isso, segundo Basile, o fato de as fortes oscilações de consumo percebidas pelo segmento durante a pandemia terem ficado para trás, ao mesmo tempo em que os preços subiram, em 2023, mais de 23% em relação a 2022, “inclusive diante da maior aceitação dos compradores por produtos cada vez mais eficientes”, conclui o dirigente.