Em um cenário de aceitação crescente de criptomoedas em todo o mundo, a indústria brasileira de refrigeração e ar condicionado está diante de uma janela de oportunidade ainda inexplorada para inovar em termos de opções de pagamento: o bitcoin (BTC).
Entretanto, os comerciantes, engenheiros, técnicos, mecânicos e instaladores do setor ainda estão se perguntando: por que deveríamos aceitar esse tal de bitcoin?
Em primeiro lugar, a aceitação de BTC pode ajudar na ampliação da base de clientes. Afinal, há uma nova geração de investidores com carteiras de criptomoedas que rivalizam ou superam seus investimentos tradicionais.
Esses clientes, por diversas razões, podem preferir pagar em bitcoin. Ao limitar as formas de pagamento, uma empreiteira do ramo de instalação de ar-condicionado, por exemplo, pode perder oportunidades de negócios.
Ademais, aceitar bitcoin pode oferecer uma forma de publicidade positiva, sinalizando que um negócio, independentemente do seu porte, está na vanguarda da tecnologia e aberto a novas ideias.
Isso é especialmente relevante em um mundo onde a adoção de tecnologia é cada vez mais vista como um indicativo de adaptabilidade e eficiência.
Além disso, o bitcoin está ficando mais popular no Brasil. A pequena cidade de Rolante, a cerca de 90 quilômetros de Porto Alegre (RS), tornou-se recentemente a comunidade mais “bitcoinizada” do mundo, com mais de cem estabelecimentos – entre os quais supermercados, restaurantes e lojas de material de construção – aceitando a criptomoeda como forma de pagamento, segundo o site Criptofacil.
Jericoacoara, no Ceará, também é outro exemplo de município que vem adotando massivamente o bitcoin. No sábado de Carnaval, em 18 de fevereiro, um experimento local estabeleceu o recorde mundial de transações com a moeda, com 71 pagamentos em apenas 3 minutos e 33 segundos, de acordo com o site Livecoins.
As criptomoedas também oferecem uma certa facilidade de uso. Existem várias plataformas, como sites e aplicativos, que facilitam as transações envolvendo BTC. E não é preciso “segurar na carteira” os pagamentos recebidos. É possível converter a criptomoeda em reais quase instantaneamente, mitigando a alta volatilidade do ativo digital.
Embora as carteiras digitais e as transações de criptomoedas possam ser alvo de hackers, sua segurança tem melhorado constantemente, e o risco pode ser comparável ao das transações com cartões de crédito e débito on-line.
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Enfim, em um mercado cada vez mais global e digital, a aceitação de bitcoin pode não ser mais uma questão de “se”, mas de “quando” isso vai se tornar recorrente.
Contudo, a adoção do bitcoin como método para receber pagamentos requer atenção, pois ele também apresenta desvantagens. Como dito anteriormente, a principal delas é a volatilidade extrema – o valor do BTC pode flutuar dramaticamente em um único dia, o que pode levar a perdas significativas.
Outro risco é ter funcionários sem conhecimentos suficientes para falar com os clientes sobre pagamentos em bitcoin. Ou seja, o treinamento para as equipes de vendas e de serviços deve ser incorporado a qualquer plano de adoção da criptomoeda.
Além disso, o uso de bitcoin ainda não é regulamentado em muitos países, o que traz algumas incertezas no campo legal. De qualquer forma, no Brasil, uma instrução normativa de 2019 da Receita Federal estabelece as regras para a declaração de operações com ativos virtuais, e a indústria de criptoativos começará a ser regulada, em breve, pelo Banco Central, com base na Lei 14.478/22, que entrou em vigor em 21 de junho.
Para os entusiastas das novas tecnologias, o que, obviamente, inclui as criptomoedas, o bitcoin pode ser o próximo grande passo a ser dado na transformação digital da economia.
De acordo com um relatório da Blockware Intelligence, o BTC pode ser adotado mais rapidamente do que tecnologias disruptivas anteriores, como automóveis e energia elétrica, com a aceitação global provável de atingir 10% até 2030.
O relatório enfatiza que o BTC, assim como a internet, os smartphones e as redes sociais, se beneficia do chamado “efeito de rede”, no qual a tecnologia se torna mais valiosa quanto mais pessoas a adotam.
As criptomoedas, em suma, vieram para ficar e ignorá-las equivale a negligenciar um mercado em expansão com grande potencial para beneficiar empresas e profissionais que se adaptarem de maneira consciente e planejada a essa tendência nos próximos anos.
Nesse sentido, os interessados devem entender como elas funcionam e estar cientes dos riscos e benefícios associados antes de decidir aceitá-las. Por isso, vale a pena estudar o assunto e obter aconselhamento financeiro e jurídico especializado para garantir a conformidade com as regulamentações atuais e futuras.
Isso pode parecer intimidador no início, mas, à medida que a adoção de moedas virtuais se torna mais comum, os benefícios podem superar os desafios iniciais.
Além do mais, as lojas e profissionais do AVAC-R que saírem à frente poderão se encontrar melhor preparados para o futuro do comércio, destacando-se da concorrência.
Afinal, apesar das diversas incertezas, o BTC continua sendo a criptomoeda queridinha dos investidores e ganhando cada vez mais aceitação entre empresas de diversos setores que já encontraram no ativo digital uma estratégia para modernizar seus meios de pagamento.