As emissões de CO₂ da construção civil atingiram um novo recorde, o que significa que é improvável que o setor se descarbonize até 2050, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Em 2021, os investimentos em eficiência energética das edificações aumentaram 16%, totalizando US$ 237 bilhões, mas o crescimento no espaço físico superou os esforços de eficiência.
As emissões operacionais de CO₂ relacionadas à energia aumentaram 5% em relação a 2020, e 2% em relação ao pico pré-pandemia em 2019.
Apesar de um aumento no investimento em eficiência energética e menor intensidade energética, o consumo de energia e as emissões de CO₂ do setor de construção civil ultrapassaram o patamar pré-pandemia.
Divulgado na última rodada de negociações climáticas no Egito (COP27), o Relatório de Status Global de Edifícios e Construção de 2022 mostra que o setor respondeu por mais de 34% da demanda de energia e cerca de 37% das emissões de CO₂ relacionadas a energia e processos em 2021.
Isso, de acordo com o relatório da Global Alliance for Buildings and Construction (GlobalABC), significa que a lacuna entre o desempenho climático do setor e o caminho da descarbonização em 2050 está aumentando.
A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, disse que anos de alertas sobre os impactos das mudanças climáticas se tornaram realidade.
“Se não cortarmos rapidamente as emissões em conformidade com o Acordo de Paris, teremos problemas ainda maiores”, alertou.
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Descarbonizar o setor de construção até 2050 é fundamental para conseguir esses cortes. Para reduzir as emissões globais, o setor deve melhorar o desempenho energético dos edifícios, diminuir a pegada de carbono dos materiais de construção, multiplicar os compromissos políticos juntamente com as ações e aumentar o investimento em eficiência energética.
As principais tendências globais cobertas pelo relatório mostram que a intensidade das emissões do setor em quilogramas de CO₂ por metro quadrado caiu de 43 em 2015 para 40 em 2021. A intensidade energética em quilowatts por hora por metro quadrado diminuiu ligeiramente, de 153 em 2015 para 152 em 2021.
O progresso global nas políticas e ações continua lento no setor. De 2015 a 2021, o número de países com legislação sobre consumo de energia na construção civil aumentou de 62 para 79. No entanto, apenas 26% dos países têm leis obrigatórias para todo o setor.