Em uma votação histórica na última quarta-feira (21), o Senado dos EUA aprovou, por 69 votos a 27, a Emenda de Kigali, seis anos depois que o adendo ao Protocolo de Montreal foi acordado em Ruanda pelos 197 países que integram o tratado.
Pelo texto da emenda, seus signatários devem reduzir a produção e o consumo de hidrofluorcarbonos (HFCs) em mais de 80% nos próximos 30 anos.
Estima-se que a implementação global da Emenda de Kigali evitará o lançamento de até 80 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera até 2050.
Desde que a república africana do Mali se tornou a primeira nação a ratificar o acordo em 31 de março de 2017, mais de dois terços dos países seguiram seu exemplo. Agora, os EUA, a maior economia do mundo, tornam-se o 138º país a ratificá-lo.
Compromisso contra as mudanças climáticas
O líder da maioria no Senado americano, Charles Schumer, classificou a votação como “uma vitória para todos: vitória para empregos nos EUA, vitória para o investimento nos EUA e vitória para liderança dos EUA na luta contra as mudanças climáticas”.
Comentando da Casa Branca, o presidente Joe Biden salientou que “os Estados Unidos estão de volta à liderança da luta contra as mudanças climáticas”.
Por meio da Emenda de Kigali, o mundo pode “evitar até meio grau Celsius de aquecimento neste século, uma contribuição significativa para combater as mudanças climáticas e proteger as comunidades dos seus impactos mais extremos”.
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Para o presidente e CEO do Instituto de Ar Condicionado, Aquecimento e Refrigeração dos EUA (AHRI, na sigla em inglês), Stephen Yurek, a iniciativa dos congressistas “conta para os empregos que criará; conta para a vantagem competitiva global que cria; conta para as exportações adicionais que resultarão e conta para a proeminência da tecnologia dos EUA”.
O grupo ambientalista EIA chamou a votação de uma “vitória bipartidária histórica”. A líder da campanha climática da organização não governamental, Avipsa Mahapatra, lembrou que os EUA estão atrasadodos em relação ao “resto do mundo na eliminação de superpoluentes produzidos pelo homem. No entanto, o verdadeiro trabalho pela frente é realmente cumprir a Emenda de Kigali, por meio de implementação e aplicação de metas robustas”.
Para a Chemours, um dos principais fabricantes globais de fluidos frigoríficos, a ratificação do acordo “eleva o compromisso dos EUA com a saúde do planeta e estabelece bases sólidas para a competitividade de empresas e indústrias americanas”.
Segundo a presidente da área de soluções térmicas e especializadas da indústria química, Alisha Bellezza, a Chemours já investiu mais de US$ 1 bilhão em seu portfólio da marca Opteon, composto por hidrofluorolefinas (HFOs) de baixo potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês).
“A Chemours segue firme em seu apoio à eliminação gradual global dos HFCs, que oferece benefícios ambientais e econômicos à medida que as nações continuam a tomar medidas importantes para lidar com as mudanças climáticas”, disse a companhia, em comunicado publicado logo após a votação pelos senadores.
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