Uma instaladora de sistemas de canalização, aquecimento e ar condicionado sediada em Vigo, na costa noroeste da Espanha, demitiu em março uma trabalhadora vítima de assédio na empresa, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (6) pelo site Climatización y Confort.
A firma alega que a demissão se deu por “causas disciplinares“. No entanto, a ex-funcionária diz ter sofrido “mais de uma década de assédio no local de trabalho depois de me tornar mãe”, razão pela qual a empregadora foi condenada a indenizá-la em € 20 mil após um processo em 2018.
Ela revela que passou mais de dez anos denunciando o “assédio laboral e sexista“ que sofria na empresa. Segundo a trabalhadora, tudo isso teria começado em 2008, quando ela decidiu ser mãe de seu primeiro filho.
Agora ela pede à Justiça que seja declarada a nulidade da demissão, que aconteceu no momento no qual acabou seu direito a jornada de trabalho reduzida, uma vez que o segundo de seus filhos completou 12 anos.
Embora na semana passada tenha havido uma audiência de conciliação entre as partes, a empresa não quis fechar nenhum acordo. Por isso, o caso vai a julgamento em breve.
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Ester Marino, secretária da mulher da Confederação Intersindical Galega (CIG), lamentou que a instaladora “não desista de sua atitude, depois de tantos anos de violência psicológica contra a vítima, isolamento, desvalorização, ridicularização e um longo etcétera; mesmo após as sanções impostas pela Inspeção do Trabalho contra a empresa por assediá-la, reconhecendo que a única motivação para esse assédio era a sua maternidade”.
A reportagem do site espanhol informa que, antes de ter seu primeiro filho, a ex-funcionária trabalhava no departamento administrativo da empresa, fazendo faturas para os clientes.
Entretanto, ao regressar da licença maternidade, seu cargo fora cedido a outra colega, e ela foi deslocada a um escritório localizado num corredor que anteriormente era um depósito, dedicando-se exclusivamente a tarefas auxiliares e de apoio aos demais departamentos da empresa.
Quando teve o segundo filho, novamente perdeu as funções na empresa e, no regresso da licença maternidade, foi transferida para uma sala que anteriormente também funcionava como um depósito.
A empresa não se pronunciou sobre o assunto.