O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, garantiu durante uma entrevista coletiva na semana passada que país apoiaria um eventual veto da União Europeia (UE) às importações de gás russo, a fim de pressionar o governo do autocrata Vladimir Putin a encerrar a invasão da Ucrânia.
“Ficaremos felizes” em seguir a decisão do bloco, disse Draghi, sublinhando, contudo, que um embargo ao combustível fóssil ainda não está na mesa de negociações. “E não sei se alguma vez estará, mas quanto mais horrenda a guerra se torna, mais os países aliados se perguntam o que esta coalizão pode fazer para enfraquecer a Rússia e pará-la”.
Segundo analistas, a probabilidade de formação de um consenso na Europa para deixar de importar petróleo e gás da Rússia é, neste momento, bastante baixa.
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“O que queremos é o instrumento mais eficaz para a paz. Nós nos perguntamos se o preço do gás pode ser trocado pela paz. Diante dessas duas coisas, o que preferimos: paz ou estar tranquilamente com o ar-condicionado ligado o verão todo? E você, o que você prefere: a paz ou o ar-condicionado ligado?”, perguntou Draghi, dirigindo-se diretamente a um jornalista que o havia questionado sobre o tema. “Esta é a pergunta que devemos fazer.”
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213 pessoas, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos. Ademais, a Ucrânia abriu 5,6 mil investigações por supostos crimes de guerra cometidos em seu território desde o início da invasão russa e identificou 500 criminosos de guerra, segundo a procuradora-geral do país, Irina Venediktova.