A potência instalada de energia solar em telhados e pequenos terrenos praticamente dobrou nos últimos 12 meses no Brasil. Segundo mapeamento do Portal Solar Franquias, a capacidade acumulada dos painéis fotovoltaicos instalados pelos consumidores saltou de cinco gigawatts em abril de 2021 para dez gigawatts neste início de mês, um crescimento de 100% no período.
Os investimentos e a geração de empregos no setor também seguem a mesma curva de crescimento. Em abril do ano passado, os recursos aportados eram da ordem de R$ 24 bilhões, com cerca de 150 mil postos de trabalho ativos.
Já neste mês, os aportes acumulados atingiram R$ 52 bilhões e mais de 300 mil empregos gerados desde 2012, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
De acordo com o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer, o mercado de energia solar tem se mostrado cada vez mais resiliente diante dos desafios impostos pela pandemia de covid-19 e mais recentemente pela guerra da Rússia na Ucrânia.
“Enquanto muitos setores perderam receita nos últimos 12 meses, quem estava no segmento solar viu as suas vendas aumentarem no período. A evolução desse mercado confirma que, cada vez mais, os consumidores brasileiros tomam consciência da necessidade de buscar soluções sustentáveis para enfrentar as elevadas tarifas de energia elétrica e as mudanças climáticas”, avalia.
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“A tecnologia solar fotovoltaica oferece aos consumidores a oportunidade de contribuir com a redução dos gases poluentes causadores das mudanças climáticas e transforma uma despesa com a conta de luz em um investimento com retorno em cinco anos”, afirma Meyer. “Após esse período, a energia se torna praticamente de graça”, completa.
Para 2022, a projeção do executivo, que acaba de ser reeleito para mais quatro anos no conselho de administração da ABSOLAR, é de uma aceleração ainda maior, muito em razão da aprovação do marco legal da geração própria de energia, a Lei 14.300/2022, que trouxe previsibilidade e segurança jurídica para o mercado.
“Estamos em um ritmo de crescimento acelerado mesmo com as adversidades do cenário econômico nacional. Para 2022, nem mesmo a elevação dos preços dos equipamentos deverá parar a energia solar no Brasil”, ressalta.
Indústria confiante
O crescimento da energia solar no País tem impulsionado os negócios de toda a cadeia produtiva do setor. No caso da brasileira Elgin, a empresa fechou o ano de 2021 com incremento de 200% na comercialização de kits de energia solar em comparação com o exercício anterior.
O aumento se deve à ampliação de pedidos de empresas integradoras que atuam em projetos e instalação de sistemas de energia solar em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais no País, alavancado sobretudo pela crise hídrica e reajustes tarifários recorrentes na conta de energia.
Outro fator preponderante, foi o lançamento da plataforma própria de e-commerce, focada na comercialização de kits de energia solar para integradores parceiros, facilitando o processo de compra e dando maior agilidade no processo logístico.
Em 2021, os geradores residenciais lideraram os pedidos na companhia, com 80% de participação, seguidos pelos geradores comerciais (15%) e industriais (5%).
A indústria possui equipamentos instalados em todo território nacional e equipe comercial em todas as regiões do Brasil.
“Por sermos fabricantes e distribuidores de equipamentos, conseguimos atender os clientes de ponta a ponta. Nossa projeção é que a divisão de energia solar se torne a mais representativa de todo o grupo até 2024”, comenta Glauco Santos, diretor da divisão solar da Elgin.