Grupos de direitos humanos e outras organizações da sociedade civil – entre as quais a Associação Ucraniana de Refrigeração (RAU, na sigla em inglês) – acusam a Rússia de usar armas termobáricas na invasão da Ucrânia.
Quando detonados, tais armamentos – também conhecidos como bombas de vácuo ou de aerosol – têm enorme poder de destruição.
Enquanto a maioria dos explosivos tradicionais contém uma mistura de combustível e um agente oxidante, as armas termobáricas se compõem quase exclusivamente de combustível.
Após se espalhar pelo ar como uma nuvem, o combustível é acendido. Depois da deflagração e da onda de pressão, a explosão consome o oxigênio circundante, já que a carga não possui oxidante próprio. Em seguida, forma-se o vácuo ou, mais precisamente, uma fase de pressão negativa.
Os russos, “além de armas de fogo comuns, utilizam mísseis de cruzeiro Kalibr, sistemas de mísseis BUK, aeronaves, helicópteros, navios e veículos blindados. Junto com a munição convencional, eles usam bombas de vácuo e de fragmentação, que são proibidas em todo o mundo”, diz o presidente da RAU, Serhii Anashkin, em carta aberta enviada à associação europeia das indústrias de refrigeração (AREA).
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Banidas pela Convenção de Genebra devido ao efeito arrasador, armas termobáricas teriam sido usadas em ao menos uma cidade do país, segundo a Ucrânia. Se confirmado, trata-se de crime de guerra.
A ONG Human Rights Watch cita um estudo da CIA a respeito das armas termobáricas: “Quem estiver próximo ao ponto de deflagração é aniquilado. Os mais distantes provavelmente sofrerão danos internos, portanto invisíveis, como rompimento dos tímpanos, traumatismos cerebrais, lesão dos pulmões e de outros órgãos, possivelmente cegueira.”
Consultado pela agência DW, o professor Frank Sauer, das Forças Armadas da Alemanha, diz que “a posse desses sistemas armamentistas não é proibida. Porém seu emprego em zonas habitadas é um crime de guerra, pois essas armas têm efeito num raio amplo”.
Com informações da Climatización y Confort e DW