O majestoso Castelo Mourisco da Fiocruz, edifício centenário inspirado no estilo arquitetônico desenvolvido pelos muçulmanos ibéricos entre os séculos 12 e 16, está passando por uma série de obras de conservação.
As intervenções resultaram, recentemente, na substituição de uma obsoleta e precária central de água gelada (CAG) por um moderno sistema com fluxo de refrigerante variável (VRF) com 250 HP (200 TR) de capacidade.
No caso da instituição de pesquisa científica e produção de vacinas idealizada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz para ser o palácio das ciências e da saúde pública no Brasil, o sistema de climatização não serve apenas para fornecer ar refrescante para as pessoas, mas também para ajudar a conservar estruturas e acervos.
Por se tratar de um prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1981, o grande desafio para a Wap Air, empresa responsável pela instalação do novo sistema de ar condicionado da Fiocruz, era incorporar o sistema sem interferir na arquitetura do edifício.
Por isso, o desenvolvimento da obra de substituição da CAG instalada nos anos 1990 levou em consideração as peculiaridades e características físicas da construção, de forma a produzir o menor impacto possível à integridade de sua arquitetura e do seu acervo histórico.
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A prestadora de serviços carioca também informa que foi instalado um sistema VRF exclusivo e dedicado para a biblioteca de obras raras com unidade de tratamento de ar (AHU).
De acordo com Bruno Teixeira, arquiteto da Fiocruz, o sistema de ar condicionado instalado anteriormente estava defasado, gerando problemas de umidade, temperatura e barulhos.
“Havia muitas reclamações sobre seu desempenho e as pessoas estavam sentindo calor dentro das salas, além de constantes ruídos. O desconforto era muito grande”, revela.
O novo condicionador de ar, prossegue, também “conta com um sistema de ventilação que antes não existia, contribuindo assim para o aumento da segurança e garantindo melhor qualidade do ar”.
“Outro ponto importante é a maior eficiência energética, pois é um sistema mais econômico”, salienta.
Marco na engenharia
De acordo com Wallace Nascimento, sócio-diretor da Wap Air, toda obra de modernização é complexa. E, quando realizada em prédio tombado, a escala de complexidade sobe um degrau.
“Sem dúvidas, podemos classificá-la como um marco no mercado de engenharia de ar condicionado não só pela importância arquitetônica, mas também pelos obstáculos que a estrutura nos impõe”, afirma.
Para atuar no projeto, foram selecionados cerca de 30 colaboradores, entre técnicos, engenheiros mecânicos e estruturais, arquitetos e calculistas.
“Todos os profissionais têm expertise em execução de sistemas de ar condicionado em prédios tombados e foram escolhidos pelo cuidado e competência demonstrados em projetos anteriores”, destaca Wallace.
Na empreitada de climatizar um patrimônio da ciência brasileira, a Wap Air contou, ainda, com dois importantes parceiros: a gigante sul-coreana LG e a alemã Vulkan Lokring.
O empresário explica que “optamos pelo sistema de climatização tipo VRF da LG pela versatilidade e eficiência energética do equipamento. Na Vulkan, encontramos a inovação em conexões de tubos sem brasagem, o que reduz riscos e traz agilidade ao processo” de instalação.
“Estamos muito orgulhosos de sermos a empresa responsável pela climatização dessa pérola da arquitetura nacional. Essa é uma das bonitas missões dos nossos 25 anos de existência”, diz o executivo.
“Foi um projeto muito desafiador, por se tratar de um empreendimento histórico, mas o sistema Lokring nos deu toda confiança, agilidade e, principalmente, segurança, e a parte técnica da Wap Air foi essencial para o grande sucesso dessa instalação”, destaca Paulo Torre, responsável pelo escopo do projeto da Vulkan Lokring.