A Expedição do Clima no Jalapão, jornada em prol da conservação do meio ambiente e da sustentabilidade na indústria automotiva, vai partir de São Paulo (SP) na próxima sexta-feira (6).
O evento, organizado pela oficina e escola de climatização e refrigeração veicular Super Ar, reunirá empresários e profissionais do ramo interessados em explorar a savana brasileira e, ao mesmo tempo, apoiar a implementação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.
Segundo os organizadores, os participantes vão percorrer quase mil quilômetros na unidade de conservação localizada no leste do Tocantins (TO), passando por trilhas exuberantes, dunas, desertos e comunidades quilombolas da região com a menor densidade demográfica do Brasil.
O objetivo da expedição, que deve durar 10 dias, é conscientizar os proprietários de veículos automotores sobre os danos ambientais causados pelos gases de efeito estufa (GEE) que vazam dos sistemas de ar condicionado de carros, ônibus, caminhões e tratores.
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“Vamos aproveitar essa jornada à savana brasileira para manifestar todo nosso apoio à ratificação da Emenda de Kigali pelo Congresso. Infelizmente, o projeto de decreto legislativo que põe o Brasil entre os signatários do acordo internacional está parado há mais de um ano na Câmara dos Deputados, mas estamos lutando para que isso mude”, diz o professor Sérgio Eugênio da Silva, diretor da Super Ar e presidente do Departamento Nacional de Ar Condicionado Automotivo da Abrava.
“Atualmente, há pelo menos 50 milhões de veículos leves, ônibus e caminhões circulando no Brasil com o fluido refrigerante R-134a, um hidrofluorcarbono (HFC) que, quando liberado na atmosfera, gera um impacto climático 1,3 mil vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂)”, explica.
“A expectativa é que esse poluente seja substituído, nos próximos anos, pelo Opteon YF (R-1234yf). Essa hidrofluorolefina (HFO) de baixo potencial de aquecimento global já é amplamente adotada por fabricantes de automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos”, informa.
O docente lembra que a Emenda de Kigali prevê a redução da produção e consumo de HFCs em 80% nos próximos 30 anos.
“Nossa adesão a esse pacto climatico poderia injetar cerca de US$ 100 milhões para modernização da indústria brasileira, segundo cálculos de organizações da sociedade civil”, completa.
A importância da qualidade do ar interno nos meios de transporte, além da manutenção correta e periódica dos motores, será outro tema em destaque na viagem, conforme ressalta o engenheiro mecânico.