Os estoques em baixa e a demanda em alta têm exercido forte pressão sobre a cotação do catodo de cobre. Na Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês), o preço da tonelada da commodity praticamente dobrou nos últimos 12 meses. Em 10 de maio, a matéria-prima fechou o pregão negociada a US$ 10.724,50, seu maior valor histórico.
Segundo analistas do setor, a situação se deve, principalmente, a gargalos na produção no Chile e no Peru, dois dos maiores produtores globais do metal não ferroso.
O aumento do consumo na China, que hoje é responsável por quase 50% da demanda global, é outro fator que pressiona sua cotação. Para amenizar esse quadro, o governo chinês tem reduzido, sistematicamente, as importações de cobre desde abril.
As autoridades de Pequim também prometeram “tolerância zero” contra qualquer tipo de movimento especulativo ou de retenção de estoques que implique inflacionar os preços de commodities metálicas.
Devido a essas medidas de controle, o país asiático conseguiu fazer o preço do cobre recuar 8% desde o pico, forçando-o a ficar no patamar de US$ 10 mil no pregão da última sexta-feira (11).
Para alguns produtores e analistas, porém, seu preço continuará subindo nos próximos meses.
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Depois de ter rompido a barreira dos US$ 10 mil no mês passado, “a tendência é o valor aumentar ainda mais”, diz o coordenador de vendas da Cobresul, Sandro Lopes Reis, para quem é provável que sua cotação “chegue à casa dos US$ 12 mil ainda este ano”.
O gestor da indústria brasileira de tubos de cobre, um dos insumos mais utilizados no mercado de refrigeração e ar condicionado, lembra que a alta do metal “impacta diretamente na ponta, ou seja, o segmento de instalação, revendedores e também o setor industrial”.
Mas, em sua avaliação, o mercado, em geral, costuma assimilar bem essas oscilações, uma vez que, por ser uma commodity negociada em bolsa internacional, os distribuidores, prestadores de serviços e fabricantes de equipamentos sabem que “não temos controle sobre seu preço”, que também sofre influência da variação cambial.
Conforme prevê Sandro Reis, a normalização gradativa da oferta global da matéria-prima e a consequente redução de preço deverão ocorrer somente a partir do ano vem.