Inserida em uma das piores crises de sua história, a indústria frigorífica brasileira busca soluções urgentes para resolver uma série de problemas que estão se refletindo na economia do País.
Exemplo mais claro desse processo é a forte elevação do preço da carne bovina, provocada por diversos fatores, incluindo o menor volume de abates no ano anterior e a queda nas vendas ao consumidor final.
Enquanto seguem esse caminho, os frigoríficos – independentemente do porte e da localização geográfica – já deixaram claro que, até segunda ordem, não vão realizar novos investimentos, por exemplo, na ampliação de sistemas de refrigeração e conservação de carnes.
Isso incluiria, na visão de especialistas do mercado do frio, a aquisição principalmente de câmaras frigoríficas e caminhões com baú refrigerado.
Enquanto isso, os executivos desses estabelecimentos vão preferir promover a manutenção dos equipamentos já existentes, conforme dizem representantes do setor.
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O posicionamento em torno do represamento de novos investimentos foi informado ao Blog do Frio pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), entidade patronal que representa 13 associações e sindicatos e 28 frigoríficos e cooperativas.
A organização deixou claro que tanto grandes quanto pequenos frigoríficos estão se abstendo de abordar este e outros assuntos.
A Abrafrigo ressalta que a grave crise financeira trouxe diversos impactos negativos ao setor, enumerando-os:
– A diminuição do consumo de carne bovina foi provocada pela crise econômica e pelo elevado nível de desemprego no mercado interno, resultante, principalmente, da pandemia do coronavírus.
– A forte elevação do preço do boi gordo, principal item de custo da indústria frigorífica, subiu 60% nos últimos 12 meses. Como consequência houve redução da oferta de animais para abate, devido ao aumento do descarte de matrizes nos últimos anos, além da impossibilidade de repasse de custos na mesma magnitude para os preços do mercado atacadista, resultando em margens negativas.
– Aumentos de custos com adequações nas linhas de produção e implementação de protocolos visando conter o avanço da covid-19.
– Elevação do nível de capacidade ociosa no setor.
– Aumento da demanda por animais para atender às exportações de carne bovina, impulsionado pela valorização da taxa de câmbio, o que deixa em dificuldades ainda maiores as empresas de pequeno e médio porte que atuam predominantemente no mercado interno.