O descarte incorreto de freezers e refrigeradores domésticos pode causar danos irreversíveis à natureza, uma vez que esses aparelhos contêm gases nocivos à camada de ozônio e/ou agravantes do aquecimento global, além de metais pesados, como o mercúrio.
Por essa razão, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, atribui a todos os geradores de resíduos – fabricantes, varejistas e consumidores – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos eletrodomésticos, sendo a logística reversa pós-consumo sua principal ferramenta.
Para evitar que esses aparelhos sejam descartados em lixões e aterros irregulares, equipamentos que nem chegam ir ao varejo, em função de defeitos de fabricação, ou provenientes de retorno em garantia, danos logísticos ou desistência de cliente, além de produtos quebrados ou obsoletos, devem ser enviados a plantas de manufatura reversa.
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Mas, afinal de contas, como se recicla uma geladeira? “Mundialmente, a reciclagem de um equipamento de refrigeração possui duas etapas. A primeira delas consiste na retirada de peças soltas, como vidros e gavetas, além do óleo, gás refrigerante e compressor”, diz o CEO da Indústria Fox, Marcelo Souza.
“Em seguida”, prossegue o executivo, “o gabinete é triturado por um processo automático que separa metais ferrosos, não ferrosos, espuma isolante e plásticos para destinação a novos processos produtivos”.
No entanto, Souza salienta que a companhia suíça instalada em Cabreúva (SP) desenvolveu uma terceira etapa inovadora em âmbito global, na qual os CFCs, HCFCs e HFCs captados in loco são destruídos por meio de um processo térmico, o que reduz a emissão desses poluentes na atmosfera.
O diretor da fábrica também esclarece que pouco se perde no processo de reciclagem da Indústria Fox. “Os materiais que vão para o descarte são somente aqueles provenientes de varrição fabril”, frisa Souza, lembrando que processo de manufatura reversa de eletrodomésticos da empresa atende a normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).