A Guarda Civil e o Serviço de Vigilância Aduaneira da Espanha desmantelaram uma organização criminosa especializada no tráfico de gases refrigerantes proibidos na União Europeia (UE).
Deflagrada no início do mês, a operação Fluoris resultou, preliminarmente, na prisão de três pessoas, incluindo o suposto líder do bando. Outras cinco estão sendo investigadas por contrabando, crimes contra o tesouro público, crimes ambientais e fraude.
Durante a operação, a polícia e os agentes da alfândega espanhola apreenderam 1.885 cilindros de gases fluorados, totalizando cerca de 19 toneladas de refrigerantes ilegais.
Uma incursão em um depósito no município de Atarfe, em Granada, descobriu 996 cilindros descartáveis e vários tipos de gases fluorados.
De acordo com a investigação, os refrigerantes estavam sendo envasados por meio de um “compressor não aprovado” para esse tipo de serviço. Posteriormente, esses gases eram fornecidos aos clientes com rotulagem incorreta.
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Uma incursão subsequente em um contêiner marítimo em Alhama de Múrcia descobriu mais 889 cilindros, cuja origem parece ter sido o depósito de Granada.
Com as temperaturas dentro do contêiner atingindo potencialmente 40 ºC no verão, havia a preocupação com a segurança das propriedades vizinhas.
Além de hidrofluorcarbonos (HFCs), as autoridades aprenderam uma carga do hidroclorofluorcarbono (HCFC) R-22, substância nociva à camada de ozônio.
A Confederação Nacional de Instaladores e Mantenedores da Espanha (CNI), que representa mais de seis mil empresas do ramo de refrigeração e ar condicionado, já havia denunciado os “graves danos” que o tráfico de gases fluorados está causando à indústria, ao meio ambiente e à economia.
A entidade estimou que os refrigerantes apreendidos durante a operação Fluoris custaram ao tesouro espanhol cerca de € 690 mil em impostos perdidos e custarão mais de € 200 mil para serem destruídos.
A CNI afirma ter colaborado com a as autoridades da Espanha, relatando casos de tráfico ilegal em suas províncias. Desde fevereiro, a CNI está envolvida nesse trabalho em nível nacional, em estreita colaboração com o serviço de vigilância alfandegária do país europeu.
“Desde que o Serviço de Vigilância Aduaneira começou a trabalhar e coordenar o combate ao tráfico de refrigerantes com a colaboração da CNI, começamos a ver resultados muito positivos e que nos dão esperança de acabar com essa fraude”, disse o presidente da CNI, Javier Cueto.
“A CNI está fornecendo muitas informações para a investigação e participa, por meio de seus técnicos, em operações policiais de apreensão de gases ilegais, para coleta de amostras e emissão de laudos técnicos”, acrescentou.
Sobre a operação Fluoris, Cueto disse que “esse tipo de ação não termina com a prisão dos traficantes, mas continua até a identificação dos seus clientes, que podem acabar na prisão por compra de refrigerantes ilícitos”.