A BSRIA revisou suas previsões globais de vendas de ar-condicionado para 2020 e 2021, em função das paralisações das atividades econômicas causadas pela pandemia de covid-19.
A consultoria britânica entrevistou os principais fabricantes e distribuidores de sistemas de climatização nos 20 principais mercados mundiais desses equipamentos.
Esses novos dados foram incluídos na última atualização do estudo de mercado global de ar condicionado publicada em setembro pela empresa, conforme destaca reportagem do Cooling Post.
Agora, o relatório fornece a avaliação mais atualizada do desempenho do setor em 2020 e as expectativas para os próximos cinco anos.
O estudo mostra quedas generalizadas de vendas de sistemas VRF (4%), chillers (6%), splits (8%) e unidades rooftop (12%) acumuladas no segundo e no terceiro trimestre do ano.
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À medida que a cadeia produtiva e a produção em si foram paralisadas em todo o mundo, os fabricantes fecharam fábricas e as remessas de mercadorias foram interrompidas por vários meses.
O estudo ressalta que nem todos os produtos e países foram impactados ao mesmo tempo e da mesma forma pela crise.
A BSRIA relata que, enquanto a maioria dos países teve um sério declínio nas vendas no segundo trimestre do ano, a China experimentou uma queda acentuada nas vendas no primeiro trimestre de 2020 e uma recuperação gradual a partir de abril.
Com muitas pessoas trabalhando em casa por causa das medidas de distanciamento social adotadas para frear a disseminação do novo coronavírus, oportunidades foram criadas no mercado de climatização residencial.
Os consumidores, em muitos casos, investiram o dinheiro economizado em transporte e atividades de lazer na instalação de ar-condicionado para trabalhar com mais conforto em casa. Isso foi especialmente observado na Europa, diz a BSRIA.
Isso atenuou o impacto da pandemia e, da mesma forma que aconteceu com outros produtos de consumo, as vendas on-line de aparelhos de ar condicionado residencial aumentaram significativamente.
Já o mercado de produtos comerciais leves para lojas em geral, cafés e restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos de lazer foi o mais atingido pela crise, revela a BSRIA. Geralmente, os produtos instalados nesses locais são grandes splits (> 5 kW) e unidades VRF.
A queda nas vendas no setor de hospitalidade foi vista como parcialmente compensada pelo aumento da demanda de edifícios reaproveitados para instalações de saúde, nas quais VRFs com sistemas dedicados de tratamento de ar externo (DOAS, na sigla em inglês) foram bastante instalados para atender à demanda de ventilação necessária.
Em alguns países, o estímulo do governo a investimentos no setor de educação também ajudou esse segmento.
No geral, a BSRIA constata que os produtos instalados principalmente em projetos não residenciais de médio a grande porte tiveram uma queda mais profunda em suas vendas, uma vez que um número significativo de projetos do gênero foi adiado ou suspenso.
No entanto, novas oportunidades também foram identificadas, principalmente no que diz respeito à qualidade do ar interno (QAI).
A BSRIA relata uma demanda particularmente alta por produtos que podem se auto-limpar, ventilar e purificar o ar. Muitos fabricantes lançaram novas linhas de produtos para atender a essa demanda específica e espera-se que isso se torne uma tendência, relata a BSRIA.
Para aplicações comerciais, especialmente aquelas com sistemas de expansão direta, foi relatado o interesse na introdução de maior volume de ar, com DOAS, zoneamento, filtragem de ar reciclado e limpeza de dutos para reduzir o risco de infecção cruzada em edifícios.
O relatório também mostra que foi identificada uma demanda maior por sensores e controles integrados aos sistemas de automação predial, a fim de monitorar a qualidade do ar interno e reportar falhas em qualquer equipamento.
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