A Refcom, agência de certificação de gases fluorados do Reino Unido, emitiu um alerta para os empreiteiros da área de refrigeração e ar condicionado, após a apreensão de produtos importados ilegalmente por uma empresa em Derbyshire, condado localizado na região de Midlands do Leste, na Inglaterra.
Os cilindros apreendidos pelos fiscais do departamento de saúde e segurança do trabalho do país europeu (HSE, na sigla em inglês) deveriam conter, conforme indicado neles, o fluido refrigerante R-134a, um hidrofluorcarbono (HFC) puro classificado como atóxico e não inflamável (A1) pela Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae).
No entanto, “mais tarde, constatou-se que o gás apreendido [também] era falsificado”, disse o chefe da Refcom, Graeme Fox, informando que “o produto misterioso foi visto pegando fogo”, o que, obviamente, não deveria ocorrer, se a substância fosse realmente R-134a.
“O uso contínuo desses refrigerantes ilegais comprados por empreiteiros sem escrúpulos é um problema muito sério. Eles não apenas prejudicam o meio ambiente e a atmosfera, mas também representam um perigo extremo para a vida e a propriedade”, advertiu.
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Na avaliação de Fox, “as consequências do uso de um refrigerante inflamável em equipamentos não projetados para trabalhar com esse tipo de gás em um ambiente tão crítico dificilmente são levadas em conta” por essas empresas.
Agora, o caso está nas mãos do HSE, que não revelou qual substância os cilindros apreendidos realmente continham. As companhias que adquirem produtos certificados “estão cansadas de serem prejudicadas por empresas que usam práticas desonestas e produtos perigosos”, desabafou o chefe da Refcom.
Em toda Europa, parece que comércio de fluidos refrigerantes contrabandeados e de qualidade duvidosa tem se tornado uma atividade próspera, em função das cotas de importação cada vez mais restritivas impostas aos gases refrigerantes com alto potencial de aquecimento global (GWP).
Além de possuir uma legislação própria tratando da eliminação dessas substâncias, a União Europeia e seus Estados membros são signatários da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.
O pacto climático define um cronograma de redução gradual dos HFCs com alto GWP em mais de 80% — em dióxido de carbono equivalente (CO2eq) — nos próximos 30 anos, ação que poderá evitar até 0,4 °C de aquecimento global até o final do século.
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