Da mesma maneira que os cientistas estudam a atmosfera da Terra para detectar e calcular os níveis de gases artificiais presentes nela, como os clorofluorcarbonos (CFCs), agora eles estão a pesquisar no universo por sinais de fluidos refrigerantes do gênero.
Financiados pela agência aeroespacial americana (Nasa, na sigla em inglês), pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian e da Universidade de Rochester estão colaborando em um projeto para procurar em outros planetas vestígios de evidências científicas de tecnologias industriais passadas e presentes, conhecidas como “assinaturas tecnológicas”, no jargão científico.
Os especialistas acreditam que, embora a vida possa aparecer sob muitas formas, os princípios científicos que a regem permanecem os mesmos e que as assinaturas tecnológicas identificáveis na Terra também são identificáveis de alguma forma fora do sistema solar.
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“As assinaturas tecnológicas se referem a traços de tecnologias alienígenas avançadas semelhantes ou talvez mais sofisticadas do que as que possuímos”, diz o astrônomo Avi Loeb, professor de ciências em Harvard e entusiasta da vida extraterrestre.
“Tais assinaturas podem ser poluição atmosférica, luzes de cidades, células fotovoltaicas, megaestruturas ou agrupamentos de satélites”, explica.
Além de compostos químicos produzidos naturalmente, como o metano, os estudiosos agora procuram no universo produtos químicos e gases artificiais.
A presença de moléculas sintéticas na atmosfera, como os CFCs, pode ser um forte indício de atividade industrial extraterrestre, afirmam os cientistas.
“Poluímos a atmosfera da Terra com nossa atividade industrial”, compara Loeb. “Se outra civilização o faz há muito mais tempo do que nós, a atmosfera de seu planeta pode mostrar sinais detectáveis de moléculas produzidas artificialmente, ou seja, de substâncias que a natureza não produz espontaneamente”, argumenta.
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